"Sometimes there's so much beauty in the world, I feel like I can't take it, and my heart is just going to cave in"
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
Fernando Paixão
Exatamente assim.
sábado, 3 de dezembro de 2011
Que a minha vaidade quer
E o meu, poesia de cego
Você não pode ver
Não pode ver que no meu mundo
Um troço qualquer morreu
Num corte lento e profundo
Entre você e eu
Te ver não é mais tão bacana
Quanto a semana passada
Você nem arrumou a cama
Parece que fugiu de casa
Mas ficou tudo fora de lugar
Café sem açúcar, dança sem par
Você podia ao menos me contar
Uma história romântica
Cazuza, você canta tudo que eu quero falar.
sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
Parte da carta de Frida Kahlo para seu marido, Diego Rivera.
Do Livro Frida's Bed.
terça-feira, 29 de novembro de 2011
Pra quem já foi
Assisti a uma peça outro dia. Lembro que essa história toda de teatro sempre foi um dos meus maiores sonhos, mas eu tinha escondido ele lá no fundo. Daí você um dia tirou esse sonho da gaveta e disse “se você quer ser uma atriz seja uma atriz”. Foi nesse mesmo dia que eu acordei pra vida e tudo aquilo que me fazia medo começou a desaparecer aos poucos. Você me salvou. E eu não consegui fazer o mesmo por você. Não que seja minha culpa, mas essa sensação de inconformismo e de impotência que me domina dá vontade de chorar. Mas não é só por isso. É mais porque eu sinto saudade. Muita. Muita saudade.
E o que me mata é não saber onde você está agora. Não saber se você está bem. Nem sei se existe céu. Se existir tomara que você esteja lá agora, junto com seus familiares e amigos. Não queria que você estivesse naquele paraíso chato que eu vi no filme do Chico Xavier. Não quero que você seja um espírito que ainda está vagando por um mundo que não te pertence mais. Nem pensei no inferno. Nem pensei porque acho essa ideia absurda. Quem julga se alguém deve ir pro inferno ou pro céu? Deus? E quem é Deus? Como ele sabe que as ações de alguém são boas ou ruins? Quem decidiu o que é bom ou ruim? Deus ou os homens? E se você não estiver em lugar nenhum? E se a morte for o fim do corpo junto com a alma? Não gosto de pensar nada disso. Nessas horas, não ter uma religião definida me mata. Queria ser daquelas pessoas que têm certeza de pra onde vão quando morrem. Mas ao mesmo tempo não, porque eu estaria me enganando e eu odeio a ideia de fechar os olhos pra qualquer coisa. O bom é que eu acredito em alguma coisa. Acredito em uma força superior, acredito na força da natureza, acredito em Deus, mas o meu Deus não tem nada a ver com perfeição ou a resposta de tudo. E eu rezo pedindo pra que você fique bem. Espero que você seja algo de luz. Porque você era um ser humano de luz. Muita luz. Você irradiava. E por isso quando eu te vi deitado naquele caixão, tive certeza de que não era você. Não tinha luz, não tinha brilho. Não tinha nada, nem a sua aparência física. Não era você. Eu estava ali no enterro de outra pessoa e sabia que você apareceria lá a qualquer momento pigarreando, como você sempre fazia, tocando nas minhas costas e falando “é, é a vida né?” e depois daria o seu sorriso de carioca esperto que você sempre dava.
Mas voltando à história da peça... (escrever é quase a mesma coisa que pensar. O pensamento vai indo, indo, indo e daqui a pouco a gente esquece qual é a raiz daquele pensamento porque uma coisa leva a outra). O texto era sensacional e por acaso falava sobre varias coisas que estavam se passando na minha vida naquele momento. E era como se me abrissem ao meio, me virando do avesso. E eu fiquei vulnerável. Eram como se aquelas palavras ditas fossem minhas e elas estivessem soltas no ar, no alcance de qualquer um. Quando o personagem começou a falar sobre o dia que o pai dele morreu, não tive dúvidas: ia chorar. Então prendi o choro. Logo eu que adoro me acabar em lágrimas pra expulsar todo o sentimento. Logo eu que sou totalmente contra segurar o choro, principalmente se ele vier da sensibilidade artística. Mas eu resolvi prender porque se eu começasse a chorar, talvez não parasse nunca. Talvez eu estragasse a minha noite e não conseguisse terminar de fazer a maquiagem. Eu sabia que eu só pararia no dia seguinte, quando eu acordasse com os olhos inchados.
E o personagem descrevia exatamente o que eu senti quando você morreu. A gente saia nas ruas e estava tudo igual. O céu continuava da mesma cor, as pessoas passavam rindo da mesma forma, os pássaros não pararam de cantar. Estava tudo igual. E a gente achava que quando as pessoas importantes morriam o mundo parava. Ou a gente pensava que elas nunca iam morrer, porque temos essa mania estúpida de eternizar tudo, mesmo sabendo que nada é eterno. E estava tudo igual, fora o oco que se encontrava no meu peito. E eu tentava gritar para que ele se preenchesse de alguma forma. Mas nada. Nada adiantava. É um vazio que parece queimar, mas ao mesmo tempo é gelado. Sabe aquela bola que você sente descendo no seu estomago quando está preocupado? É essa sensação só que a bola para na boca do estomago e parece que congela. É a confirmação desse sentimento de preocupação. Parece que enquanto ela congela, faz esfriar o seu corpo todo, querendo parar o seu coração também. E você tem vontade de que isso aconteça. Você tem vontade de morrer também. E se eu não tivesse alguém pra me segurar na hora que essa bola se congelou, talvez eu tivesse caído no chão, implorando pra que ele me sugasse. Eu ia ficar lá chorando por dias, sem entender nada da vida, porque quando essas coisas acontecem concluímos que não sabemos nada de nada. E dá vontade de ficar chorando, deitado ali no chão gelado. Mas a gente precisa de pessoas que nos segurem e façam com que a gente ande. É preciso que nos mostrem que a vida continua. É preciso ir andando e chorando, mas andando. Uma hora o choro tem que parar. Ninguém vive pra sempre. Ninguém sofre pra sempre. E um abraço é tudo que diminui um pouco essa dor, porque parece que preenche o buraco que fica. E eu fiquei com muito medo de olhar para baixo e ver que havia um buraco na minha barriga. Sem metáforas, eu realmente achava que tinha.
E a gente tem que passar por isso. Todo mundo passa. E eu que sempre achei que sabia lidar bem com as coisas da vida, que tenho uma cabeça aberta, que adoro me relacionar com as pessoas, percebi que não sei nada de nada. Que não sei lidar com essa situação. Que eu não aceitei nada disso. E vida continua, claro. Mas são nesses momentos que vemos que somos nada. Somos um grão de areia no meio da praia. E são nessas horas que vemos que as coisas materiais não têm nada a ver com a vida da gente. São só acessórios. A vida vale mais que isso. A vida vale mais do que qualquer coisa. E tem gente querendo passar a vida em branco, com muitos acessórios e pouco conhecimento, pouca emoção, pouco amor. Agora eu entendo quem são os pobres de verdade. Pobre de dentro pra fora. Porque tudo que nasce vai de dentro pra fora e tudo que morre vai da vida pra onde eu não sei.
E o mais estranho é que ninguém admite que você pare para pensar. O tempo que você tem para fazer isso é durante o enterro e pronto. Depois você já tem que voltar ao trabalho, já tem mil coisas pra entregar e não tem tempo pra pensar no que significa isso. Não dá tempo de assimilar tudo. Fora documentos pra entregar, para achar e contas a pagar. Você implora para que o mundo te dê um instante para dar o ultimo soluço. Pede que a terra pare de girar pra você chorar durante uma hora sem parar, sem ser durante a madrugada, quando você terá que acordar daqui a pouco. Você só quer um instante para pensar o que é realmente essa história de morte, pra aprender a lidar com essa dor que parece infinita.
Cheguei em casa e resolvi assisti um dos meus filmes preferidos, que foi o que mais que reconfortou até agora. O filme é “Big Fish”. Se todo mundo vê a vida como quer, e porque não ver a morte como a gente quer também? Porque não criar uma história para a morte? Quando a gente acredita nas nossas historias, elas se tornam realidade. E o cara do filme se transformou no que ele sempre quis ser, um peixe grande no rio. E fora toda essa coisa de religião, acho que a gente deveria virar tudo que a gente sempre quis ser quando morremos. Para realmente descansarmos em paz. E isso sim é o que mais faz sentido. Por isso eu criei uma história para tentar explicar a sua partida. E então você virou “a real big fish”, voltando pra onde você pertence. Só que na historia que eu criei você não virou um peixe. Você só se transformou naquilo que eu sempre achei que você fosse. Alguém que me protege, como você sempre fez, alguém que me segura sempre que eu caio, alguém que transforma meus sonhos em realidade. Que era meu pai, meu avô, meu tudo. Você virou meu anjo da guarda.
"A man tells his stories so many times that he becomes the stories. They live on after him. And in that way, he becomes immortal."
Do filme Big Fish.
Carta para além do muro*
Caio Fernando Abreu*
Esse é o começo de uma carta para além do muro. Existem várias cartas para além do muro escritas por ele. Várias escritas por mim, várias escritas por todo mundo. Mas a maioria delas nunca foi para além dos muros.Nunca foram para quem elas pertencem. Ficaram presas com a gente. Presas de nós mesmos.
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
domingo, 27 de novembro de 2011
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
De um cara qualquer para Tati Bernardi
E só agora, depois de sete meses sem te ver, criei coragem para falar o motivo da minha partida silenciosa. Eu sabia. Sempre soube. Mas eu não podia correr o risco de arrancarem meu coração do peito de novo. Pensava que eu não ia aguentar mais uma perda. Não sei lidar com esse tipo de coisa que desaparece. E estando do outro lado, agora eu entendo realmente o que Fernanda Young quis dizer, em uma de suas cartas, com a frase "pessoas que somem não são confiáveis". Não são mesmo. São tão covardes que não conseguem admitir para eles mesmos o que sentem. Sei que você não é igual a quem me deixou assim. Sei que você é a última pessoa do mundo que eu deveria temer, mas ao me deparar com a sua personalidade, fui fraco. Então antes de você pensar em ir embora, eu já tinha ido. Eu esqueci que as pessoas não são iguais e que os relacionamentos não são iguais, porque todo mundo muda. E em pouco tempo que te conheci, você mudou a minha cabeça.
Durante uma conversa que a gente teve, eu consegui ver a vida de outro ângulo. E eu fiquei encantado por tudo que você fazia desde aquele instante. Então eu fui embora. E agora, no final das contas eu nem sei se te conquistei. Nem sei se eu te decepcionei e nem sei se você se importou muito com o fato de eu ter ido embora. Você nunca mais me procurou. E durante esse tempo todo eu me envolvi superficialmente com outras pessoas. Fiquei um tempo com uma menina, mas ela não me fazia rir como você fazia, não me contava história malucas e não me deixava tonto por acordar ao lado dela no outro dia, só porque a noite tinha sido de tirar o fôlego. Você era apaixonada por mim e por todos os meus detalhes. Mas eu nunca tinha percebido que você é desse jeito. Você é apaixonada pela vida e por todas as coisas que existem ao seu redor. Você consegue ver tudo de outro jeito, diferente de todas as pessoas, que estão sempre se preocupando com coisas pequenas, se aborrecendo com coisas pequenas, e falando sobre coisas banais. E qualquer pessoa que passar mais de um minuto com você, já vai achar que você está completamente apaixonada. E eu nunca soube ser assim. Nunca encontrei essa excentricidade em ninguém. Você é alguém que eu achava que estava faltando no mundo, pra convencer as pessoas de que a vida é mais do que isso. Você me mudou e agora eu tento ver através das coisas.
Tento não olhar pra alguém superficialmente. Tento não olhar para nada tendo a certeza de que aquilo é plano, porque as coisas raramente são. E eu que te critiquei por ser tão profunda, por querer me engolir enquanto me olhava, sempre tentado me decifrar. Te critiquei quando você me fez um milhão de perguntas bestas, sentada só de calcinha na janela. E eu ficava me perguntando o que você queria saber. Onde você queria chegar. Mas você só queria saber de mim, saber o que eu penso sobre as coisas. E eu nem vi nada disso... Eu só sabia que no fundo, eu queria eternizar aquele momento, como num quadro.
E agora não sei qual vai ser sua reação diante dessas informações, mas só quero que você saiba que eu sinto muito. Sinto muito por mim, por não ter enxergado o que poderíamos ter sido, ou por não ter me permitido. Por não ter vivido, por não ter amado, por não ter eternizado nada, pelo menos por um segundo. Agora eu não peço nada. Só que guarde essas palavras. E por favor, pense bem antes de renegar algo que, no fundo, é o que você mais quer.
sexta-feira, 4 de novembro de 2011
Chuva e pensamentos desconexos
Chovia, chovia e chovia. Eram mais um daqueles dias que amanhecem com o maior sol e de repente o tempo muda. Alguma coisa lá em cima gira e as nuvens começam a pairar sobre o céu, se espalhando lentamente. Nuvens carregadas, cinzas. E veio o vento e de imediato a chuva. Dessa vez eu não quis me esconder debaixo de algum telhado, nem abrir o guarda-chuva, nem muito menos correr pra chegar em algum lugar. Eu queria ir andando lentamente, sentindo frio. Queria sentir meu corpo ficando todo molhado, sentir as minhas roupas grudando na minha pele e sentir meu sapato ficando ensopado. São nessas horas em que a gente não está pensando em nada, está meio melancólico por não ter nada pra dramatizar, que começamos a pensar no que mais queremos no momento. Ou pelo menos o que achamos que é o que mais queremos. Então eu quis ir andando até a sua casa, tocar a campainha, abraçar você sequinho e me agarrar no seu cabelo bagunçado. E eu ia sentir o cheiro de café que você sempre faz à tarde e ele ia se misturar com o cheiro de chuva e com o seu cheiro de coisa boa. E eu só queria que você tirasse minha roupa molhada e me puxasse pra mais perto. Você nem ia se importar com a água da chuva, que estava em mim, se espalhar pelo sofá, pelas almofadas, ou por você inteiro, porque tudo o que você queria naquele momento era se misturar com aquilo tudo. E você ia falar que eu devia estar morrendo de frio, mas você nunca ia saber que assim que eu cheguei o frio passou imediatamente. E depois a gente ia ficar ouvindo a chuva batendo na janela, e a gente ia tomar café quente e ficar sentindo um pouco do amor que nos aguarda. Ou que nos restou. Não sei bem, mas eu ainda fico perdida no que ainda pode ser e no que já foi. Mas ali a gente não ia pensar em nada. A gente só ia pensar na chuva e no fato dos nossos pés estarem entrelaçados em cima do carpete molhado. E eu odeio essa ideia clichê de pés entrelaçados, mas a questão é que eles realmente estariam. E depois é bem provável que a gente seguisse nossa vida e que aquele momento ficasse guardado na memória. Como se a chuva repentina trouxesse com ela um pouco da coragem que faltava para que nos encontrássemos de novo. Mas isso não importa muito. Esqueci esse pensamento bobo, e fui pra casa com aquelas imagens ainda na minha cabeça. A chuva já estava parando. Subi as escadas, deixando no caminho algumas gotas d'água que caiam do meu cabelo e fiquei, até o último momento, imaginando que aquelas eram as escadas da sua casa e que quando a porta se abrisse você estaria do outro lado. Mas não ia acontecer nada daquilo. Abri a porta, tirei a roupa que nem estava mais tão molhada e deixei no chão do banheiro. Entrei no chuveiro, sentei e rezei pra esquecer aquela cena que eu inventei. Pedi para que ela fosse embora de uma vez por todas, junto com todos os outros pensamentos sobre você. Porque aquela cena não aconteceu. E nem aconteceria.
terça-feira, 1 de novembro de 2011
segunda-feira, 31 de outubro de 2011
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
Entrevista com Pondé
Essa é uma entrevista com o Luiz Felipe Pondé, o polêmico colunista da Folha de S. Paulo. Na verdade ele é polêmico porque simplesmente fala o que as pessoas têm medo de falar e principalmente de ouvir. Não que eu concorde com absolutamente tudo o que ele fala, mas esse cara é genial. Ele aponta várias questões que precisam ser ouvidas, e aceitas para que sejam discutidas (e não escondidas), para que o mundo evolua. Desde sempre todo mundo esconde o que é considerado feio ou errado para não parecer que é mau, mas o fato é que essas coisas continuam por aí, sem serem discutidas e crescendo em algum lugar. O problema é que elas não desaparecem por não serem lembradas. Nelson Rodrigues foi, e é até hoje, polêmico justamente por lembrar essas coisas "escondidas", que ninguém gosta de falar. Por mostrar os podres da sociedade que são varridos para debaixo do tapete. E eu acho que o mundo precisa de mais gente como esses caras, que não têm medo de falar a verdade. Acho que o Pondé fala tudo com muito embasamento e não critica as coisas à toa. O problema é que as pessoas entendem tudo como elas querem entender, sem se darem pelo menos uma chance de pensar. Elas levam tudo ao pé da letra e não enxergam o real sentido da coisa, que é sempre muito mais abrangente do que parece.
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
Teatro e Brasília
"Com uma mistura desconcertante de circo, música e performance, o Grupo Udigrudi surpreendeu a todos, ao ganhar o prêmio principal do Festival de teatro de Edimburgo de 2000, o mais importante do gênero no mundo, com o espetáculo O cano. A inglesa Leo Sykes é uma das responsáveis pelo salto do udigrudi, ao fundir as experiências do circo udigrudi, do Música-à-tentativa e do liga tripa." Correioweb
Brasília já foi bastante experimental nas décadas de 1980 e 1990. E, hoje, ela perdeu a inquietação e virou uma cidade cover?
Não sei se isso é algo específico da cidade. Brasília tem um nome muito bom para a música. Se você fala que é de Brasília, as pessoas de fora respeitam. Mas se fala que é de teatro, elas desconfiam. Existem trabalhos em teatro muito bons, mas o problema é a invisibilidade. O que tem visibilidade é o besteirol. A grande doença da cultura em Brasília é o amadorismo, todo mundo faz teatro nas horas vagas, ninguém consegue viver disso, mal nasce, já morre. O custo do aluguel de uma sala em Brasília é altíssimo.
Que conselho você daria para os atores jovens de talento?
Eu digo sempre para eles: “Vão embora!”. É cruel, mas fico com medo de que eles morram como artistas.
Brasília odeia a cultura?
É uma coisa louca. Brasília ama shopping, carro e odeia a cultura. Ao mesmo tempo, não temos praia, a única opção de diversão e vida social é a cultura. Brasília deveria investir algo e ser uma Las Vegas da cultura.
*Entrevista na íntegra: http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/diversao-e-arte/2011/10/16/interna_diversao_arte,274100/brasilia-devia-ser-a-las-vegas-da-cultura.shtml
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
Trastes de nós mesmos
domingo, 16 de outubro de 2011
Vermelho Frida
Depois que eu li a cena do acidente da Frida, no bonde, eu fiquei com um pensamento zunindo na minha cabeça. Na descrição da cena fala que a Frida ficou coberta por duas cores: vermelho, do seu sangue, e dourado, que era tipo um pó, que deveria estar sendo carregado por algum pintor de casa e caiu sobre ela.
Para mim o curioso é que partir do acidente ela começa a pintar. Ela fica, por muito tempo, imobilizada por ter fraturado quase todas as partes do corpo. Fica presa na sua cama, tendo que criar um novo mundo dentro do seu próprio quarto. Sua mãe, então, entrega a ela pincéis e telas de pintura para que ela possa passar o tempo com alguma atividade que não a prejudique fisicamente. E seu pai tem a ideia de colocar um espelho no teto do quarto para que ela possa se ver. Então ela começa a pintar exatamente isso. Ela mesma. Pinta vários auto-retratos, que são uma das características mais marcates de suas obras. Ela falava que as palavras não conseguiriam nunca descrever sua dor e que ninguém nunca poderia entender, e é por isso que ela pinta. Pois foi a única forma que ela encontrou para expressar realmente o que sente. Isso é arte. É algo que nos completa.
Mas enfim, quero dizer que é engraçado porque justamente nesse acidente, as cores predominantes são o vermelho e o dourado. É como se a Frida fosse a tela dessa vez. Como se a vida escolhesse as cores e a pintasse naquele momento. Impostando de alguma forma a arte. Exatamente como eram seus quadros. Ela na tela e a vida dela sendo passada pela pintura. A vida como ela vê. E ela via tudo de uma forma muito diferente de todas as pessoas. Não só por tudo que passou, mas simplesmente por ser uma artista que via através de tudo. Olhava para um objeto, olhava a natureza e realmente os enxergava. Via o que ninguém mais vê.
E não que ela tenha realmente usado a cor dourada em suas pinturas, mas essa cor, pra mim, representa a luz e principalmente a força que a Frida tinha. O vermelho, como ela mesma descreve, é a cor da vida e da morte. E ela esteve entre esses dois mundos muitas vezes. O que me instiga é o fato de serem cores muito fortes e principalmente de serem cores. Elementos principais das suas obras. Não eram tintas propriamente ditas, mas eram como se fossem tintas ali. E logo depois desse episódio ela começa a pintar. Não que essas cores tenham tido um efeito mágico nem nada. Frida era uma artista muito antes de começar a pintar. Mas eu só acho esse fato curioso. O fato das cores estarem sempre presentes na vida dela. Como se fosse algo que estivesse impregnado. Ou como se fosse o começo de uma fase da vida, marcada sempre por cores fortes. Cores que a representam. Frida Kahlo Cores.
terça-feira, 11 de outubro de 2011
"O Neoerudita Alegórico"
Esse link é um texto da da Revista Piauí que tá muito muito bom! O neoerudita ta bem parecido com o meu conceito de pseudo intelectual. Esse tipo de Pessoa que fica rondando por aí se achando o máximo e muitas vezes falando besteira.
Não entenda como se eu estivesse desmerecendo pessoas inteligentes. O problema é quem que quer parecer inteligente o tempo todo, provando seus pontos de vista que estão sempre certos e querendo estar em um nível intelectual mais elevado do que os outros. Este nunca está satisfeito com nada.
Vou ser clichê aqui e terminar com uma frase do Nietzsche que acompanha alguns relatos sobre os pseudo intelectuais.
"Quem sabe que é profundo busca a clareza. Quem deseja parecer profundo para a multidão procura ser obscuro porque a multidão toma por profundo aquilo cujo o fundo não vê, ela é medrosa... exita em entrar na água" Friedrich Nietzsche, "A gaia Ciência", Cia das Letras, ano 2001
domingo, 9 de outubro de 2011
Water ink
Todas as campanhas podiam ser assim. Diretas, artísticas, impactantes, simples e incríveis.
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
" Na sala com Danuza"
Já escrevi mil coisas dela aqui e não é novidade que ela é um dos meus ídolos.Ela é alguém que sabe como transformar tudo em história, faz com que eu me questione sobre algumas certezas e me lembra que a vida vale a pena sempre.
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
Actos de Juventud, de La Tristura
Vídeo incrível do Grupo espanhol de teatro, La Tristura. Texto de tirar o fôlego.
quarta-feira, 5 de outubro de 2011
sábado, 1 de outubro de 2011
O segredo da simplicidade
Se você quisesse realmente ter me conquistado, você teria me chamado pra tomar uma cerveja em um bar simples ou teria me sugerido um café. Teria me contado suas histórias, eu teria contado as minhas. E a gente ia ter uma conversa longa, descobrindo a vida um do outro.Claro que você ia tentar me impressionar, mas antes ia tentar descobrir o que me faz ficar impressionada. Não chegaria com respostas prontas. Você ia ser você e eu ia ser eu e a gente ia ver se se gostava assim mesmo. Talvez ficássemos amigos, talvez tivéssemos algo mais. Nunca se sabe... Só queria te conhecer. O que me conquista é a simplicidade. Ser simples é ser incrível. E quem conhece o segredo da simplicidade conhece o melhor da vida.
sexta-feira, 30 de setembro de 2011
Amor maior do mundo
quinta-feira, 29 de setembro de 2011
A história que ainda não foi contada
"E é só você que tem a cura pro meu vício
De insistir nessa saudade que eu sinto
De tudo que eu ainda não vi."
quarta-feira, 28 de setembro de 2011
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
O mito da mulher misteriosa*
E eu, como estava dizendo, sempre quis ser dessas mulheres imperfuráveis, inatingíveis, inaudíveis e incompreensíveis. Mas nunca consegui. Quando vou ver, já contei minha vida pra primeira pessoa que me deu um pouco de atenção. Já to rindo alto no restaurante porque não me controlei e fiquei feliz demais. Já escrevi um texto sobre o fulaninho da terça passada e publiquei numa revista. E o fulaninho ta morrendo de medo porque escrevi que gosto dele. E se alguém perguntar, vou dizer mesmo que gosto dele. E se ele não gostar de mim, minha tristeza não será segredo para ninguém. E minha pasta de dente é para deixar os dentes branquinhos. E quando vou ver, lá se foi a mulher misteriosa que eu gostaria tanto de ser. Porque eu jamais poderia ser uma.
E sofri anos com isso. Até que resolvi conviver de perto com algumas mulheres misteriosas para tentar descobrir o que se passa na cabeça e na alma desses seres incríveis que nunca têm nada a dizer, a doer, a aconselhar, a cantar, a dançar, a morrer de rir, a fofocar, a detalhar, a exagerar, a sonhar, a dividir, a acrescentar. E descobri que a coisa era muito mais simples do que eu imaginava: nada. Não se passa nada de relevante nem na cabeça e nem na alma dessas mulheres.
As mulheres misteriosas, tão admiradas e desejadas, não passam de mulheres sem a menor graça. Elas não calam por mistério, charme ou discrição. Calam porque simplesmente não há nada mais sábio que elas possam fazer."
Tati Bernardi
Engraçado, parece que esse trecho foi escrito por mim! Mudando a parte da revista para "meu blog" e o fato de ela ter convivido de perto com mulheres misteriosas. Nunca consegui fazer isso porque depois de dois minutos de convivencia, eu já começava a achar elas muito chatas. Passei por um periodo em que eu também tinha DECIDIDO ser esse tipo de mulher, mas claro que falhei. Foi então que eu percebi que ser eu, mesmo com os meus excessos, é bem mais divertido do que ser qualquer mulher misteriosa.
segunda-feira, 19 de setembro de 2011
kahlo cores, amor e arte
O que eu quero
Quero uma primeira vez outra vez. Um primeiro beijo em alguém que ainda não conheço, uma primeira caminhada por uma nova cidade, uma primeira estréia em algo que nunca fiz, quero seguir desfazendo as virgindades que ainda carrego, quero ter sensações inéditas até o fim dos meus dias.
Quero ventilação, não morrer um pouquinho a cada dia sufocada em obrigações e exigências de ser a melhor mãe do mundo, a melhor esposa do mundo, a melhor qualquer coisa.
Gostaria de me reconciliar com meus defeitos e fraquezas, arejar minha biografia, deixar que vazem algumas idéias minhas que não são muito abençoáveis.
Queria não me sentir tão responsável sobre o que acontece ao meu redor. Compreender e aceitar que não tenho controle nenhum sobre as emoções dos outros, sobre suas escolhas, sobre as coisas que dão errado e também sobre as coisas que dão certo. Me permitir ser um pouco insignificante.
E na minha insignificância, poder acordar um dia mais tarde sem dar explicação, conversar com estranhos, me divertir fazendo coisas que nunca imaginei, deixar de ser tão misteriosa para mim mesma, me conectar com as minhas outras possibilidades de existir.
O que eu quero mais? Me escutar e obedecer meu lado mais transgressor, menos comportadinho, menos refém de reuniões familiares, maridos, filhos e bolos de aniversário e despertadores na segunda-feira de manhã.
E quero mais tempo livre. E mais abraços. E receber mais flores.
Pois é, ninguém está satisfeito. Ainda bem."
Martha Medeiros
Esse texto falou por mim.
terça-feira, 6 de setembro de 2011
Um copo de água*
* pedacinho do texto "Um copo de água" da Tati Bernardi.
Pra quem sempre vê as coisas além do que elas são,mas sabe que a vida é melhor por causa disso.
quarta-feira, 31 de agosto de 2011
do livro Irmandade das Calças Viajantes.
terça-feira, 30 de agosto de 2011
segunda-feira, 29 de agosto de 2011
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
Coisas de fazer e coisas de amar*
*do livro O amor leva a um liquidificador, de Luciana Saddi.
terça-feira, 23 de agosto de 2011
Vinicius, que me entende da cabeça aos pés
Pode ser mais, mas sabe menos do que eu
Porque a vida só se dá pra quem se deu
Pra quem amou, pra quem chorou, pra quem sofreu
Ah, quem nunca curtiu uma paixão nunca vai ter nada, não
Nao há mal pior do que a descrença
Mesmo o amor que não compensa é melhor que a solidão
Abre os teus braços, meu irmão, deixa cair
Pra que somar se a gente pode dividir
Eu francamente já não quero nem saber
De quem não vai porque tem medo de sofrer
Ai de quem não rasga o coração, esse não vai ter perdão "
Acho que o Vinicius de Morais teria sido um grande amor na minha vida.
segunda-feira, 22 de agosto de 2011
Pra quem eu espero
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
quarta-feira, 10 de agosto de 2011
segunda-feira, 8 de agosto de 2011
O que eu deixei
Hoje quando eu estava indo embora do Rio eu tive uma sensação muito forte de que eu estava esquecendo alguma coisa. Não sabia o que era. Pensei em tudo que eu tinha levado e lembrei que eu realmente tinha colocado tudo na mala. Não havia esquecido nada. Mas, assim que cheguei em casa, pensei que era óbvio que eu tinha deixado alguma coisa por lá. Tinha deixado meu coração.
quinta-feira, 4 de agosto de 2011
roda viva
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega o destino prá lá ...
quarta-feira, 3 de agosto de 2011
Fotografia
Eu estava dando uma limpa nas minhas coisas velhas. Precisava organizar umas gavetas, jogar o passado no lixo e tinha decidido que a partir desse dia eu ia me desapegar de tudo aquilo. Tinha muita coisa guardada e sinceramente, não fazia diferença elas estarem lá ou não porque eu nunca olhava para elas. Apenas sabia que estavam por ali e de uma forma ou de outra, eu tentava segurar as lembranças, para que elas nunca fossem embora. Então no meio de papeis de carta, guardanapos escritos, tickets de cinema, metrôs e passagens eu encontrei aquela foto. Exatamente como eu havia te encontrado, no meio de muita gente, no tumulto, num dia nublado qualquer, sem muitas expectativas. No instante em que eu bati o olho na fotografia já meio velha e desgastada, foi como se uma onda quebrasse mim. O sentimento e o momento da foto voltaram em questões de segundos e eu pude sentir o cheiro, o calor, ouvir a musica e sentir a felicidade que havia ali naquele instante. Não era preciso escrever nada, falar nada. O meu olhar falava exatamente tudo o que eu queria dizer. Meu sorriso era meio sem graça, mas é nítida a felicidade que eu sentia. Eu me lembro bem desse momento. Você veio até a minha casa, no final da tarde, falando que precisava me mostrar uns filmes, e acabou ficando até a tarde do outro dia. Você estava de passagem na cidade. Uma passagem longa, mas eu sabia que você alguma hora teria que partir. Eu estava sentada no sofá do meu outro apartamento, ouvindo música e bebendo a nossa cerveja preferida. Eu até lembro que ficamos muito animados quando descobrimos isso na época porque não era uma cerveja muito comum. O apartamento era bem pequeninho porque eu tinha acabado de me mudar e não tinha dinheiro pra comprar nada melhor, mas era aconchegante. Era o suficiente para mim. Passei momentos inesquecíveis lá, com muita gente que eu amo. No momento da foto eu tinha acabado de dizer como eu amava aquela música e como ela se encaixava perfeitamente no momento. Era “Live Forever” do Oasis. Você ainda lembra dessa musica? Eu realmente queria viver pra sempre. Então do nada você pegou sua máquina, que já era uma profissional, e sem me avisar tirou a foto. Sem retoques, sem avisos, sem preparação. Apenas um clique e aquele momento todo ficou ali, estagnado, preso em algum lugar sem ser somente em mim. Depois você veio, me deu um beijo e a gente começou a cantar juntos aquela musica,bem alto, como se pedíssemos para que aquele momento não acabasse nunca. Você me disse que as coisas acontecem no tempo em que elas tem que acontecer e que o nosso tempo era esse. Não importava se daqui a pouco não estivéssemos mais juntos pois, a vida segue em um ritmo que ninguém nunca, jamais conseguiu entender e se tentássemos mudá-lo, sofreríamos mais do que o necessário. Deixaríamos passar as oportunidades que nos aparecem e nos surpreendem. Deixaríamos passar até a hora em que o ciclo voltasse (e ele volta) para que nos encontrássemos de novo . No fundo a gente sabia que esse ciclo ia voltar para nós, algum dia. Iria nos pegar de surpresa, como a vida faz sempre. Exatamente como eu fui pega no momento dessa foto.
" Aquela gente encantada que chegava e seguia. Era disso que eu tinha medo. Do que não ficava pra sempre"
sexta-feira, 29 de julho de 2011
Quando eu me apaixonei pela paixão em si
Paixão, mulheres e amigas
Por Danuza Leão
"O que as mulheres são capazes de fazer por uma paixão? Praticamente tudo. As apaixonadas vivem em outra dimensão e só se entendem com outras apaixonadas. Alguém, em seu estado normal, pode conceber que, na era pré-celular, havia quem passasse o dia inteiro em casa porque ele poderia telefonar? E, como nas casas só existia um telefone, ninguém podia falar, para não ocupar a linha. Converse com algumas mulheres dessa época e elas terão muitas histórias para contar, todas abso-lu-ta-men-te idênticas. Porque elas (nós), quando se apaixonam, são todas iguais. Experimente perguntar a sua amiga como foi que eles se conheceram, como tudo começou. E pode pegar um livro, disfarçadamente, pois ela vai falar durante horas sem que você precise dizer uma só palavra. As apaixonadas mentem para o chefe com a cara mais inocente e adoecem a tia ou a mãe sem nenhuma culpa, arriscando o emprego e talvez o futuro, para ficar com ele mais algumas horas na manhã de segunda-feira.
A criatividade de uma mulher apaixonada não tem limites. Se ele não é totalmente livre, digamos assim, ela vai descobrir o nome da outra, a profissão, o número do telefone do trabalho, o nome e a idade dos filhos em mi-nu-tos. Para uma mulher apaixonada, é fundamental ter uma amiga com poucos escrúpulos, muito tempo vago, hábil e com talento
para fazer todos os papéis, se for preciso - e sempre é. Porque ela é quem vai ligar à noite para saber se ele está em casa, vai se plantar dentro do carro até de madrugada para ver se ele entrará sozinho no apartamento ou com alguma vadia. Essa amiga topa dar uma festa só para você poder usar seu vestido mais sexy - e convidá-lo, claro. Quem tem uma amiga assim tem tudo na vida e, se tiver um amigo - pois às vezes é necessário uma voz de homem -, aí é o paraíso. São raros esses amigos tão preciosos, mas eles existem. Uma mulher apaixonada não hesita em cometer os maiores desvarios. Se o telefone dele
estiver ocupado durante muito tempo, ela é capaz de ligar para aquela mulher de quem desconfi a - e sabe o número de cor -, e, se o dela também estiver ocupado, é elementar: eles estão falando entre si.
Ah, as mulheres apaixonadas: por mais sérias que sejam, por mais responsáveis diante do mundo, viram doidivanas quando um homem consegue atingir seu coração. Elas são maravilhosas, todas tão diferentes e tão iguais; e não existe nada melhor do que ouvi-las
falando de seus amores. Entre o papo de duas adolescentes ou de duas mulheres várias vezes casadas e com filhos de diversos maridos, não há diferença. Afinal, não há maior estado de graça do que estar apaixonada. Se você tem uma ou duas amigas assim, aproveite para aprender o verdadeiro sentido da vida. E faça isso antes que alguém chame a ambulância do manicômio e o enfermeiro leve-as em camisa-de-força. A única chance que elas têm de escapar é se a psiquiatra for mulher e também estiver apaixonada; nesse caso, o papo vai se estender até o dia clarear. A três, é claro. O que seria do mundo sem as mulheres?"
sexta-feira, 17 de junho de 2011
A espera entre as pessoas
domingo, 12 de junho de 2011
Aos talentos perdidos
Existem algumas pessoas que se esquecem durante a vida. Não completamente ao ponto de não gostarem delas mesmas, mas de esquecer o que elas realmente querem ser. Elas podem e devem mudar de opinião e de sonhos várias vezes na vida, mas não abandoná-los por insegurança. Ser o tipo de pessoa que se esquece é quando colocamos aquele sonho que almejamos trancado tão lá no fundo, que esquecemos que ele existe. Mas ele não desaparece. Ele vem à tona justamente na pior hora. Ou não. Às vezes na hora certa de mudar, de chutar o balde e resolver ser aquilo que sempre se quis ser.
Hoje as pessoas buscam sempre por dinheiro, o que não é algo simplesmente consumista. É apenas questão de conforto e eu não julgo as pessoas que querem ter bastante dinheiro, para nunca terem dor de cabeça na hora de pagar as contas, viajar quando e quanto tempo quiserem. O problema é que nessa vida, uma coisa vai cobrindo a outra e o que era sonho, passa a ser descartável, tendo que seguir o que é já é garantido. E eu me pergunto. Garantia de que? As pessoas têm medo de se exporem ao ridículo, se exporem ao que as pessoas julgam, deixando de ser o certo para elas e sendo o certo de alguém. Por isso todo mundo parece sempre tão frustrado com tudo. Estão sempre reclamando do que são, do que fazem e do que poderia ter sido feito. E o problema é que quando esse sonho volta, elas nunca têm coragem de encará-lo de novo. Sempre estão muito velhas, muito cansadas, muito acomodadas para mudar e seguir em frente. Elas estão sempre com medo de que não dê certo. O que também não acho que seja covardia, apenas humano. Às vezes a vida não permite mais que erremos. Mas o pior é que ainda vamos errar e muito. Por isso eu acho que por mais difícil que seja, mudar para si próprio, para se sentir melhor nunca é desperdício de nada, muito menos de tempo. O fato de deixarem de lado aquilo que mais desejam é absurdo porque essa força é maior do que qualquer pessoa.
Existem tantos, mas tantos talentos perdidos por aí que nem se imagina. As pessoas querem ser o que nunca se imaginou ser. Se todos fizessem o que gostam como profissão ou até como hobby, o mundo seria mais feliz. E com certeza existiriam ainda todos os empregos. As pessoas, que são tantas no mundo, querem ser tudo. São pessoas tão loucas por aí e na verdade tão sãs. O que para você parece ser loucura, pra ela é a melhor coisa do mundo. Por isso existiria todo tipo de profissão e todo tipo de gente, porque as pessoas são diferentes em si. Tão iguais e tão diferentes ao mesmo tempo. Isso que é a coisa mais interessante quando nos relacionamos com qualquer ser humano. Todos têm sonhos, todos têm segredos, todos têm um passado. Todas as pessoas são transformadas pelo que existe ao redor e deixam de ser o que querem ser por vários motivos: Dinheiro, medo, preguiça, insistência, por outras pessoas falando que isso é errado, que não vai levar a nada, que sonhos são feitos apenas para sonhar. Pobres pessoas que ajudam a esconder, não descartar, o sonho dos outros, porque pela pessoa ele nunca será descartado por completo. Muitas vezes não é por mal, mas por medo também. Medo de ver a pessoa sofrer. Mas esse medo é tão imbecil porque todos nós vamos sofrer em algum momento da vida. Vamos sofrer seguindo nossos sonhos ou não. A única diferença é que sofrer pelo nosso sonho vai sempre valer mais a pena do que sofrer quando não se quer mais nada.
Outra coisa que deixa qualquer pessoa insegura é o fato dela amar aquilo, mas não se achar boa o suficiente. Ou até se achar boa o suficiente, mas não o bastante para subir na vida com aquilo. Mas ninguém, nem a pessoa mais talentosa do mundo, sobe e fica no topo, se não houver muito treinamento, técnica, batalhação, humildade, perseverança e muita, mas muita vontade. Posso até estar enganada, mas acredito que quando se deseja muito algo e quando se faz o que ama existe a probabilidade de ser o melhor do mundo. E cá pra nós, não é uma probabilidade baixa.
quarta-feira, 1 de junho de 2011
"Desejo é pouco. O que eu almejo não tem nome"
sexta-feira, 27 de maio de 2011
Adriana também samba
Pode ser linda e safa
A sua nova namorada, morena
Pode ser magrela, pode ser retinta
Porte de gazela, olho de leoa
Ser muito versada e hábil com a língua
Do tipo que domina idiomas
Mas ela não samba
Ai, ela não quebra
Ela não balança
Ela não judia
O amor é hiper quântico, sim senhora
E eu devo lhe fazer falta numa dada hora
A sua nova namorada
Pode ser só sua
Mas ela não samba
Ai, ela não quebra
Ela não balança
Ela não judia
Já reparô?
(CD de samba da Adriana calcanhoto ta demais!)
terça-feira, 24 de maio de 2011
quarta-feira, 18 de maio de 2011
segunda-feira, 16 de maio de 2011
Volta inesperada
- Tava esperando alguém?
Não respondi. Várias respostas se passaram na minha cabeça por um segundo. Abri e boca e fechei novamente senão iam sair todas as frases emboladas em uma só. A reação mais retardada que um ser humano pode ter quando o melhor que tem é ficar calado. Graças a deus foi o que eu fiz. É claro que eu esperava outra pessoa. Ou ele acha que eu fiquei plantada na porta de casa esperando por ele todo esse tempo?
Para cobrir sua pergunta, fiz outra.
- Que que você ta fazendo aqui?
Não era isso que eu queria perguntar. Queria perguntar um milhão de outras coisas, mas essa foi a única coisa que eu consegui perguntar em questão de segundos.
- Vim te ver.
ah, jura? Você está na porta da minha casa e viria aqui pra que se não fosse para me ver. Pegar suas coisas não, porque você já levou todas embora. As que sobraram eu mesma entreguei. Como se fossem muitas coisas também... uma escova de dentes velha, uma calça de pijama xadrez e 2 livros que ele me emprestou. Aquela frase me deixou meio tonta. O "vim te ver" ficava rodando dentro da minha cabeça, buscando alguma informação onde ela pudesse se encaixar, mas não achava nada. Eu falo para ele entrar ou mando ele ir embora?
- Quer entrar?
Já era. Ele entrou e já sentou meio sem jeito no sofá. Com ele ali parecia que o tempo tinha voltado ou como se nada tivesse acontecido. Eu fiquei em pé, olhando para ele sem dizer uma palavra.
- Você ta mais bonita do que nunca.
Continuei olhando.
- Por onde você andou esse tempo todo?
Foi o que eu consegui dizer.
- Te procurando.
Babaca. Eu sabia que era mentira, mas no fundo queria acreditar que era verdade. Queria acreditar que ele tinha uma explicação extraordinária para o que aconteceu e falasse que nunca deixou de me amar nem por um segundo. Mas a gente sempre sabe que não é verdade e que não existe explicação nenhuma. É só a vida nos dando mais uma de suas voltas e rasteiras.E Pior que eu ainda assim escorrego em todas. Essa era mais uma daquelas frases que de tanto a gente querer que seja verdade, acredita. Essa verdade mal acreditada acabaca com a gente, pois nos julgamos por acreditar em uma coisa tão absurda e aquilo vai nos corroendo.
- Acho melhor a gente conversar uma outra hora.
-Ta bom, vou esperar o tempo que precisar para conversarmos de novo.
Sorri, mas eu não queria. Me dirigi à porta e a abri olhando pro chão. Ele segurou meus braços, me deu um beijo no rosto e saiu. Fechei a porta, sentei no chão e chorei.
quarta-feira, 4 de maio de 2011
Carta de Fernanda Young para mim
"Oi, tudo bom? Infelizmente, esta carta não é de quem você esperava. Mas, como eu sei direitinho como você se sente, talvez traga boas notícias.
Olha, desculpa minha sinceridade, mas a vida é muito curta para fi car aguardando pelos outros. Se quem você aguarda realmente se importasse com você, já teria dado algum sinal de vida. Parta para outra.
Já reparou numa certa pessoa que você conhece e tem uma quedinha por você? Não posso dizer quem é, mas pode ser alguém que trabalha do seu lado ou que mora perto da sua casa ou que freqüenta um mesmo lugar. Sei que se trata de uma pessoa bem legal, vale a pena procurar saber quem é.
Fique de olho, tem um monte de gente reparando em suas qualidades. Aposto que, se você olhar em volta, neste instante, tem alguém olhando disfarçadamente para você. Pode não ser o seu tipo, mas já é uma dose de auto-estima, substância da qual você carece.
A verdade é que, enquanto você estiver assim, nessa interminável agonia, esperando notícias que nunca chegam, vai deixar passar várias possibilidades interessantes ao seu redor. Claro, ninguém se compara a quem você aguarda, mas quem você aguarda não está disponível no momento. Poderá, inclusive, nunca estar, apesar de tudo o que foi dito naquele dia. Pessoas que somem não são confi áveis.
E, mesmo que você tenha certeza absoluta de que não se trata de desprezo, que deve ter acontecido alguma coisa, que esse sumiço tem alguma explicação, não adianta nada você fi car aí esperando. Corroer-se de ansiedade não vai apressar a resolução do problema, seja ele qual for. Então, desencana.
Dá uma esquecida desse assunto, tenta focar as energias naquilo que depende da sua vontade. Caso seja necessário, para tirar de vez essa história da cabeça, mande você uma carta esculhambando e colocando um ponto fi nal na questão.
O fato é que não dá para você continuar assim, desse jeito. Está todo mundo comentando.
Ninguém tem coragem de dizer isso para você, mas todos concordam comigo. Já chega.
Além do mais, se for para ser, será. Um dia, quando você menos espera, pinta um reencontro, sei lá. Mas até esse possível reencontro fica mais difícil se você não se abrir de novo para o lado inesperado da vida.
E, cá entre nós, se a pessoa que você aguarda é quem eu estou pensando, também não é nenhuma belezura assim. Você arruma coisa melhor.
Mande notícias, ficarei aguardando."
segunda-feira, 25 de abril de 2011
Para você que saiu da minha cabeça
Espero que você entenda e não se sinta mal com tudo isso que eu falei. Não guardo mágoa alguma e já te perdoei por tudo, até pelas noites em claro que você me fez passar. Foi ótimo tudo que vivemos, juro! Mas como já dizia Lulu Santos, "Não imagine que te quero mal. Apenas não te quero mais" ( Frase clichê, mas que nunca vai deixar de ser incrível).
domingo, 17 de abril de 2011
O mito do "eu te amo"
quinta-feira, 24 de março de 2011
Arte de palavras
quarta-feira, 16 de março de 2011
Pra você que tentou sumir
domingo, 13 de março de 2011
Carta de Roberto para mim
Um dia a areia branca
Teus pés irão tocar
E vai molhar seus cabelos
A água azul do mar
Janelas e portas vão se abrir
Pra ver você chegar
E ao se sentir em casa
Sorrindo vai chorar
Debaixo dos caracóis dos seus cabelos
Uma história pra contar
De um mundo tão distante
Debaixo dos caracóis dos seus cabelos
Um soluço e a vontade
De ficar mais um instante
As luzes e o colorido
Que você vê agora
Nas ruas por onde anda
Na casa onde mora
Você olha tudo e nada
Lhe faz ficar contente
Você só deseja agora
Voltar pra sua gente
Debaixo dos caracóis dos seus cabelos
Uma história pra contar
De um mundo tão distante
Debaixo dos caracóis dos seus cabelos
Um soluço e a vontade
De ficar mais um instante
Você anda pela tarde
E o seu olhar tristonho
Deixa sangrar no peito
Uma saudade, um sonho
Um dia vou ver você
Chegando num sorriso
Pisando a areia branca
Que é seu paraíso
Uma história pra contar
De um mundo tão distante
Debaixo dos caracóis dos seus cabelos
Um soluço e a vontade
De ficar mais um instante