Peguei parte da entrevista, que estava no Correioweb, com a Leo Sykes, diretora do Udigrudi. Ela falou várias coisas interessantes, mas adorei e concordei totalmente com o que ela falou sobre o teatro em Brasília. É mais ou menos a visão que eu tenho também. Então vou seguir o conselho dela, que sempre foi a minha maior vontade: vou embora de Brasília.
"Com uma mistura desconcertante de circo, música e performance, o Grupo Udigrudi surpreendeu a todos, ao ganhar o prêmio principal do Festival de teatro de Edimburgo de 2000, o mais importante do gênero no mundo, com o espetáculo O cano. A inglesa Leo Sykes é uma das responsáveis pelo salto do udigrudi, ao fundir as experiências do circo udigrudi, do Música-à-tentativa e do liga tripa." Correioweb
Brasília já foi bastante experimental nas décadas de 1980 e 1990. E, hoje, ela perdeu a inquietação e virou uma cidade cover?
Não sei se isso é algo específico da cidade. Brasília tem um nome muito bom para a música. Se você fala que é de Brasília, as pessoas de fora respeitam. Mas se fala que é de teatro, elas desconfiam. Existem trabalhos em teatro muito bons, mas o problema é a invisibilidade. O que tem visibilidade é o besteirol. A grande doença da cultura em Brasília é o amadorismo, todo mundo faz teatro nas horas vagas, ninguém consegue viver disso, mal nasce, já morre. O custo do aluguel de uma sala em Brasília é altíssimo.
Que conselho você daria para os atores jovens de talento?
Eu digo sempre para eles: “Vão embora!”. É cruel, mas fico com medo de que eles morram como artistas.
Brasília odeia a cultura?
É uma coisa louca. Brasília ama shopping, carro e odeia a cultura. Ao mesmo tempo, não temos praia, a única opção de diversão e vida social é a cultura. Brasília deveria investir algo e ser uma Las Vegas da cultura.
*Entrevista na íntegra: http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/diversao-e-arte/2011/10/16/interna_diversao_arte,274100/brasilia-devia-ser-a-las-vegas-da-cultura.shtml
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