segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Trastes de nós mesmos

"Resolvi recentemente quebrar o ciclo. Eu também sempre me apaixonei pelo mesmo tipinho. Garotos charmosos, fãs de rock indie, descoladinhos de tênis coloridos, fãs de cinema europeu, artistas e completamente zoados de cabeça. Dai conheci um careca gordinho, médico e aparentemente descomplicado de alma. Saímos por arrastados três meses (eu não gostava dos sapatos dele, eu não gostava das músicas dele, eu não gostava das piadas dele) e ele se mostrava cada vez mais apaixonado. Continuei insistindo apenas como “exercício”. Eu precisava quebrar o ciclo. Foi quando, magicamente, depois de três meses, eu me apaixonei por ele. Passei a querer falar com o cara toda hora, ver todo dia, saber onde ele estava e se pensava em mim. E sabe o que aconteceu? Levei um pé na bunda do barango desgraçado. Eu peso a minha pequena e delicada mão quando fico a fim do cara. Mas é só assim que, infelizmente, sei gostar. Talvez seja isso que você esteja fazendo. Muito mais do que escolher sempre os mesmos trastes, você é que se torna sempre a mesma “traste” quando começa a gostar deles. Pense nisso. Talvez você consiga mudar. Eu tô lá no Freud há dez anos e não consegui. Mas eu sou uma idiota." Tati Bernardi

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