segunda-feira, 31 de agosto de 2009

fazendo as malas

eu não estou indo embora não. por enquanto nao. por enquanto eu vou ficar por aqui, mesmo que seja um pouco contra a minha vontade. a questão é que eu estou fazendo as malas. é engraçado pensar que eu estou sempre fazendo as malas. eu estou sempre partindo. estou sempre partindo de um lugar para outro, de uma página para outra, de um livro pra outro, de um amor para outro. estou sempre me desfazendo de alguma coisa. um objeto, uma peça de roupa ou de um pensamento. algumas coisas, depois de um tempo, parecem que fazem parte da gente e algumas a gente quer guardar como recordação. mas como viajante, preciso tirar algumas coisas da mala para caber outras. é legal chegar em uma história nova, mas é bem dificil virar a página também. o desarrumar a mala dói muito, porque é apenas reviver as lembranças. agora fazer as malas tem toda uma expectativa. o que fazer com cada pedacinho ali dentro? quem viaja muito sabe disso. e a vida é uma viagem, não podemos negar. é um arrumar e desarrumar de malas constante. pelo menos a minha vida é assim. tem gente que gosta de andar sempre com a mesma mala, mas um dia ela estraga e começa a pesar. por mais difícil que seja, é preciso soltar e fazer outra mala. é por isso que quando ela começa a pesar eu já troco por outra. tudo que me faz mal, eu descarto e tento assim ir colocando só coisas boas na minha mala, para ter só lembranças boas, pra sempre.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

vem e vai

" Se você ama alguém, liberte-o, se tiver que ser ele voltará pra você"
tomara que volte. i'm about to break

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

12 palavras, um texto

Com as mãos no bolso, pés firmes no chão e óculos escuros no rosto ela esperava impaciente o trem na estação. Fazia frio e os primeiros raios de sol tentavam atravessar as espessas camadas de nuvem. Ela sentia uma enorme saudade da sua vida que agora fora deixada para trás e se segurava na última lembrança deixada: uma flor. Ao senti-la já despedaçada e murcha dentro do seu bolso ela quis chorar, mas logo seu trem chegou e ela prendeu o choro. Da janela do trem ela via o mundo de fora passando e lembrou-se da época em que era criança. Brincava de bola, corria com o seu cachorro, subia em árvore e nem imaginava como era o mundo verdadeiro. Dentro do trem ela se sentia assim, podia ver tudo que passava, mas não precisava sentir nada daquilo. A estampa do assento do trem lembrava o seu sofá antigo e ela quis chorar de novo. Mas ela queria chorar na sua antiga cama, no seu antigo quarto. Tudo tinha sido deixado para trás: sua mesa onde escrevia as cartas, que mesmo com a internet ela preferia escrever tudo por cartas, o perfume da casa, os livros não lidos, as coisas não ditas. E ela deixava para trás principalmente aquilo que a fez fugir. O amor.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009