sexta-feira, 29 de junho de 2012

O mundo é poser

Todo mundo quer ser alguém. Talvez não alguém em carne e osso, mas alguém que seja um personagem nosso, como se fosse uma imagem de pessoa ideal. A partir daí fazemos tudo em busca dessa "pessoa". Talvez a felicidade que tanto esperamos seja o encontro entre alguém que você quer ser com alguém que você realmente é. E eu não acho que tenha problema nenhum nisso se não te prejudicar e não reprimir suas verdadeiras vontades.

O problema é que hoje em dia parece que a maioria das pessoas se padronizaram. Agora a pessoa ideal é praticamente a mesma para todo mundo. Não existem mais vários grupos diferentes, mas poucos, onde as pessoas gostam de ser rotuladas apesar de falarem constantemente "Eu não gosto de rótulos". Todas as pessoas se vestem igual, escutam as mesmas músicas 'cools' e tiram as mesmas fotos. Todo mundo quer que a vida seja igual a uma foto espontânea com efeito vintage. Tudo que é antigo é muito cult. E a questão é que todo mundo sabe que ninguém é assim naturalmente. Essas fotos antigas dos nossos avós, que são super legais, só são super legais porque eles não estavam pensando no status que aquela foto ia trazer. Eles só tiravam e ficavam felizes por aquele momento ter sido registrado. Hoje tudo é muito forçado, tudo é pra passar uma imagem do que se é. O que você é todo mundo está vendo. A gente não engana ninguém, só nós mesmos.

A maioria das coisas que existem no mundo é uma cópia de outra coisa. Todas as ideias têm uma base, por mais originais que sejam. E isso não é uma crítica, é apenas um fato. As grandes inovações também surgiram de algo, por exemplo, da natureza. E se formos entrar no assunto "e a natureza, de onde veio?”, eu vou responder que simplesmente não sei. Ninguém sabe a origem de tudo. Talvez o Big Bang também seja uma cópia de um universo que era meio sem graça. Vai saber...

Não tem como ser cem por cento original, mas isso não significa que precisamos ficar presos na mesmice. As pessoas começaram a ter noção de que ser diferente é legal, pois o diferente se destaca. O problema é que se esqueceram de nos contar que quando todos querem ser diferentes, todos ficam iguais. E o pior é que os pensamentos ficam todos no mesmo nível. Ninguém se permite pensar e dar uma ideia diferente do diferente padronizado. E o mundo começa a gerar as mesmas coisas de sempre, se transformando em um lugar monótono.

A gente deveria usar esse nosso lado "wanna be" como influência e não como lema de vida. É possível virar o que queremos ser, mas desde que ainda seja você. Muitas pessoas estão sem coragem de assumir uma ideia, pois vai fugir dos padrões se for uma ideia idiota. Uma vez me falaram que uma ideia boba era igual um aluno bagunceiro em sala de aula. Se você der a dose certa de estímulo para ele, ele vira um gênio. E estão faltando mais corajosos que exponham suas ideias idiotas para o mundo para que elas virem geniais. Uma ideia só é idiota quando é vista por um idiota.

A nossa personalidade vai se moldando com aquilo que achamos que é certo e legal, mas não para que alguém diga que é legal. Nós sabemos o que nos faz bem. Deve dar muito trabalho ser uma farsa o tempo todo. Em algum deslize, alguém te descobre. Ninguém é tão incrível como mostra ser. Todos têm suas fraquezas. Não precisa sair mostrando quais são, mas também não precisa fingir que elas não existem, porque ninguém é super-herói. Acho que ser um ser humano ainda deveria ser normal.

sexta-feira, 22 de junho de 2012



"Você está vivo. Esse é o seu espetáculo. Só quem se mostra se encontra. Por mais que se perca no caminho." Cazuza

domingo, 17 de junho de 2012

"Não se dobre, não a dilua, não tente fazer isso lógico, não edite a sua própria alma de acordo com a moda. Em vez disso, siga suas obsessões mais intensas sem piedade ". Franz Kafka

sexta-feira, 15 de junho de 2012



"Eu não podia, ou podia mas não devia, ou podia mas não queria ou não sabia mais como se parava ou voltava atrás, eu tinha que continuar indo ao encontro dele."

quinta-feira, 14 de junho de 2012

"Você não é idiota. Você só vê o copo meio cheio ao invés de meio vazio"
Emilio Lazarte

quarta-feira, 13 de junho de 2012

7 anos

Hoje eu comi aqueles palitinhos salgados que você tanto gostava. E eu acho que eu só gostava porque você gostava, porque eu não me lembro de ter comido isso sem você. Hoje foi a primeira vez. Talvez eu gostasse mais do fato de estar junto com você e chegar na sua casa ouvindo você dizendo que tinha palitinhos e sentar no sofá da sala, que ainda era cinza, pra comer e ver Sessão da Tarde. E hoje eu quis ficar comendo aquele pacote de palitinhos inteiro, enquanto eu sentia meus olhos se encherem de lágrimas. Eu queria ficar sentindo aquele gosto pra sempre, porque aquele gosto era você, aquela embalagem verde era você e eu quase pude sentir você ao meu lado. Me senti com 7 anos de novo. Voltei a ser aquela menina frágil e inocente, sem saber muito sobre a vida. Eu só sabia que a felicidade tinha alguma coisa a ver com estar ao seu lado. Porque era isso que eu sentia.

E ontem saindo da escola que eu dou aula, eu vi um menininho saindo acompanhado da sua avó, que carregava a mochila enquanto o menino tentava chegar até o carro da forma mais difícil possível, pulando os arbustos e fazendo qualquer concreto elevado parecer um muro. E a avó apontava para um carro branco, onde o avô do menino esperava dando tchau com os braços para cima. E eu senti uma saudade enorme. Eu queria voltar o tempo e que você pudesse me carregar no colo de novo. E eu ia entrar no seu carro contando como foi meu dia com os pés no teto. E você ia brigar e rir como você sempre fazia e me dizer que se eu não existisse eu ia precisar ser inventada. E eu achava aquilo o máximo. Você repetiu isso até muito tempo depois, e eu cresci realmente achando que eu era especial.

Eu quis naquele momento, segurar o braço do menininho e contar para ele que aquele era um dos momentos mais especiais da vida dele. Que aquilo ia fazer muita falta e que um dia ele ia querer voltar o tempo só pra ver o avô dele acenando com os braços abertos, esperando por ele. Eu queria que ele parasse por um minuto e congelasse a cena na cabeça, só para guardar como se guarda uma foto. Eu daria tudo para diminuir de tamanho e voltar a ter todos os medos que eu tinha, só para poder entrar no seu carro azul de novo e saber que eu estava indo para o melhor lugar do mundo. E eu ia saber também que a gente ia fazer um acordo para que você falasse para minha mãe que eu comi tudo no jantar, quando ela chegasse para me buscar.

Lembrar de tudo isso dói muito porque eu não posso te contar. Não posso falar da saudade que eu sinto e nem te contar meus novos planos. Queria que você estivesse aqui para que eu sempre me sentisse uma criança de 7 anos, mas sabendo que no fundo eu cresci e me transformei naquilo te orgulharia. Porque tudo que me fizesse feliz te encheria de orgulho. Eu queria que você vivesse mais cem anos para ver minhas conquistas e para me segurar quando tudo desse errado. É que quando você foi embora, eu fiquei sem ar, achando que o chão que me segurava em pé tinha sumido. E tudo que eu queria era correr para os seus braços e chorar até perder o fôlego, porque eu sabia que lá eu encontraria felicidade. Mas era você que tinha ido embora e eu fiquei sem saber pra onde ir.

Nesses momentos que eu percebo o quanto eu ainda sou pateticamente frágil e incerta de tudo. Essa saudade sem solução acaba com a gente de repente.

terça-feira, 12 de junho de 2012

http://www.youtube.com/watch?v=OlnJL4Mv1vM
"Ao contrário do que dizia o velho Sartre, o inferno não são os outros, mas sim nós mesmos".

Pondé.




domingo, 10 de junho de 2012


'And everybody's talking how I, can't, can't be your love
But I want, want, want to be your love
Want to be your love, for real'

sábado, 9 de junho de 2012

"O mundo tá tão doido que quem lê livro é cult"

quarta-feira, 6 de junho de 2012

“A morte não é o contrário da vida. A morte é o contrário do nascimento. A vida não tem contrários”.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Saudades de mim

"Hoje eu sinto saudades de você... Mas mais ainda, sinto saudades minhas.


Achei incrível quando ri de mim mesma ao tropeçar na rua, foi tão... familiar. Isso me fez lembrar de como era rir de mim, e como eu me achava linda assim, desse jeito desastrado. Lembrei de como eu gostava de quando meu cabelo estava meio-preso-meio-solto e da minha mania de olhar pra baixo e colocar o lado solto atrás da orelha quando fico com vergonha. Falei também com um amor do passado, incrivelmente não chorei. Pelo contrário, fiquei muito feliz em recordar minha paixão por ele, por todos os outros e todas as outras coisas que gosto. Tive vontade de sair abraçando esses amores passados, porque sem dúvidas, muito do que amei neles era como eu era quando estava com eles. Percebi que gostei deles, mas que sempre gostei mais de mim. Vi que era muito bonita gostando de cada um, porque é lindo esse meu jeito de entrega total, sempre pronta pra me jogar, sem redes, sem planos, sem mãos. Achei demais lembrar disso, com isso vi a sorte que você teve por me ter um pouco. Também senti um pouco de pena de você, que não se permite sentir nada profundamente. Desejei que algum dia você pudesse se descabelar por qualquer coisa. Ao desejar isso, me amei muito. Me amei mais do que você um dia seria capaz de me amar. Você ou qualquer outro, nunca poderiam entender o que eu faço por completo, assim, nunca poderiam ver talvez meu gesto mais nobre e me amar demais por isso, só eu... Por isso senti tanto amor e quis me abraçar forte."

Natália Moreira.


sexta-feira, 1 de junho de 2012

Um pedido de desculpas



Às vezes eu acho que eu te devo alguma coisa. Alguma explicação do que aconteceu, algum pedido de desculpas que realmente valesse. E eu sei que você está bem e que você já me perdoou, mas a às vezes eu fico pensando se eu mesma me perdoei pelo que eu fiz. Eu gosto de te encontrar para saber que você está bem e que as coisas vão bem pra você. Eu só queria que você fosse muito, muito feliz, do jeito que eu não consegui ser quando estava com você. Não que eu não tenha sido feliz durante um período, mas depois eu não sei mais. Tudo que eu queria era saber explicar a falta de amor que eu senti. E eu fico com medo de te falar do meu novo amor, porque eu tenho medo que você continue me prendendo, lá no inconsciente. Me prendendo para que eu sofra o que você sofreu. Mas a verdade é que ninguém prende ninguém e geralmente quando a gente transfere a culpa para outra pessoa, é que o defeito é nosso. E eu sei que está tudo em mim.

Eu sei que acabou, mas talvez eu ainda não tenha me perdoado pelo jeito que acabou. Simplesmente por não entender o que aconteceu comigo. E por mais que eu já tenha te pedido desculpas, por mais que esteja tudo bem, quando a gente volta a falar sobre esse assunto alguns fantasmas voltam. Meu amor inventado por aquela pessoa que eu conheci volta gritando na minha cabeça, falando que ainda está lá. Minha vida fica voltando para o passado e eu me sinto presa em algum lugar. E eu sei, eu sei que no fundo o que aconteceu comigo é normal, mas eu me apaixono e me desapaixono na mesma velocidade e isso me apavora. Porque eu sempre me apaixono por trinta coisas ao mesmo tempo e o mundo tem tanta coisa, que eu não acredito que as pessoas se encantem por somente uma. Eu fico me perguntando como as pessoas ficam apaixonadas durante anos por uma mesma pessoa, sem se apaixonar por outras e às vezes se esquecendo de viver. Eu me pergunto se é alguma espécie de cegueira. E eu não consigo não me julgar por isso, porque parece ser um erro. E dizem que quando eu me apaixonar de verdade todos esses pensamentos vão sumir, como se eu tivesse alguma espécie de anomalia. E eu fico horrorizada por pensar que todas aquelas coisas que eu senti não eram paixão. Então era o que? Quem sabe o que é se apaixonar de verdade? As coisas duram o tempo que elas têm que durar.

Os amores da minha vida foram amores da minha vida durante o tempo que eles existiram. Minha alma gêmea aparece de tempos em tempos, quando eu estou preparada para elas. E eu me entrego sempre, porque eu não tenho medo de viver. Não sei, talvez eu encontre alguém para ser uma espécie de camaleão comigo. Que mude de cor na mesma frequência que eu. Minha cabeça muda mais rápido do que eu consigo entender fisicamente. E acontece com todo mundo. E todo mundo machuca alguém e todo mundo sofre por alguém. Eu não deveria me sentir culpada por nada, porque ninguém tem culpa de nada, mas o não saber me mata. Me desculpa, pela milésima vez. Nem sei mais se estou pedindo desculpas para você ou pra mim.