quinta-feira, 31 de maio de 2012

Toda vez que eu estou me sentindo inteligente eu leio, vejo e conheço um outro mundo de possibilidades. E aí eu me sinto idiota de novo.

Homens

"Por mais óbvio que seja o que se passa na cabeça de um homem...
Eles nos confundem não pelo mistério
Mas pela nossa própria natureza confusa diante da simplicidade deles."

Alê Marcuzzi, que escreve em um blog gênial.
http://www.transmutando.blogspot.com.br/
O mundo inteiro é um milagre, nós só não sabemos lidar com isso.

Eliane Brum, minha heroína

Eliane Brum é uma das jornalistas mais premiadas do Brasil. Escreveu os livros: ColunaPrestes – O Avesso da Lenda (Artes e Ofícios), A Vida Que Ninguém Vê (Arquipélago Editorial, Prêmio Jabuti 2007), O Olho da Rua (Globo) e o primeiro livro dela de ficção, chamado Uma Duas(LeYa). Não li o ColunaPrestes, mas posso afirmar que os outros três livros são sensacionais. Fazem você chorar, rir, se apaixonar pelas pessoas, pensar sobre a vida e querer mergulhar nela. Esse texto é sobre a palestra que a Eliane Brum deu na livraria Cultura hoje, em Brasília.

Uma das primeiras coisas que ela falou na palestra foi sobre a importância da apuração na hora de escrever um texto jornalístico. Ela disse que pode ser o ganhador do Nobel de literatura, mas que se não for bem apurado e se não se apegar aos detalhes, o texto não sai. E então ela começou a falar daquilo que ela entende bem: os detalhes. Uma reportagem boa é quando você se teletransporta para o local, como se você estivesse frente a frente com o entrevistado ou com a situação. Ela falou com encantamento sobre o processo de observar cada detalhe de uma cena. Transcrever exatamente o cheiro, a luz, se o personagem estava roendo a unha, se o cabelo estava preso, os anéis, os sapatos, o sol e o silêncio. Muitas vezes o texto está nos gestos, nos olhares ou a falta de palavras. O exercício mais difícil talvez seja o de saber ouvir, algo que todas as pessoas deveriam aprender a fazer. Ouvir o outro sem esperar a sua vez de falar. Muitas vezes perguntamos algo já esperando a resposta, mas como jornalistas, temos o papel de ouvintes e nada mais. E quando se ouve bem, quando se enxerga o outro com novos olhos, sem esperar nada, conseguimos chegar mais perto da vida dele. É Exatamente como em um livro, que faz a mente viajar dentro da história. Um filme em letras. A vida de qualquer pessoa é uma história. E quando bem contada, faz qualquer um se emocionar.

Não demorou muito para eu começar a chorar, como eu faço na maioria das reportagens da Eliane Brum. Ela falava exatamente como ela escreve. E dava para ver pelos seus olhos e pelos seus gestos, a emoção de estar contando uma das experiências mais marcantes da profissão. E eu fiquei pensando em como ela, além de tudo, seria uma grande atriz. Porque entre outras milhares de coisas, para ser ator é preciso ser um bom observador e ter sensibilidade para entender e perceber as pessoas da forma mais pura. Durante alguns momentos parecia que eu estava assistindo uma peça de teatro e que aquele texto tinha sido ensaiado milhões de vezes para sair tão bom. E com a “visualização do ator”, ela conseguia passar para a plateia o que viu. Mas era muito mais do que isso. Aquilo era a vida real e o texto era espontâneo. Era uma conversa sobre coisas que ela viu e precisava contar para o mundo. Muitas vezes eu não conseguia olhar bem para a expressão dela por causa da distancia, mas a emoção toda estava na voz. Tudo que ela precisa estava naquelas lembranças. Era como se ela entregasse um presente pra mim. E eu quis muito anotar cada palavra para interpretá-las em alguma peça depois, e lembrar exatamente como elas tinham sido ditas. Mas a escrita, a fala e a interpretação são apenas espelhos da realidade. São formas de contar para as pessoas, como a vida é. Causar espanto e ao mesmo tempo alegria de viver. A vida real não é interpretável. Ela própria se cria e se perde ao mesmo tempo, toda hora. Não dá para recriar a realidade com as nossas próprias mãos.

Eliane escrevia uma coluna no Zero Hora, jornal de Porto Alegre, que se chamava "A vida que ninguém vê", e depois ela publicou um livro com esse nome e com as reportagens que escreveu. Eram matérias sobre pessoas comuns, que ninguém nunca falaria. Óbvio que no livro ela conta as histórias mais incríveis, mostrando que o jeito de contar a história é que faz ficar interessante. Todos os detalhes são a peça chave das histórias. São como um soco no estomago. Não é só o jeito que ela escreve, é o jeito que ela vê o mundo que faz a diferença. No final, eu só queria dizer que ela realmente vê a vida que ninguém vê. E não é a vida de pessoas comuns. Ela vê o que é óbvio, e este parece ser invisível aos olhos dos outros. A Eliane enxerga todos os detalhes, todos os espaços e tudo que seria considerado desperdício para as pessoas. Ela vê o que é mais simples de ver, mas que ninguém é capaz de perceber.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Mudar o mundo

"É pretensioso cogitar fazer qualquer coisa com o intuito direto de mudar o mundo. A menos que você seja o Martin Luther King. Ou o Hitler. Porque mudar o mundo não significa necessariamente mudar para melhor.

Pelo menos no que concerne ao campo das artes, ninguém que de fato mudou o mundo passava os dias pensando em qual seria o melhor trabalho para mudar o mundo. As pessoas que mais admiro simplesmente trabalhavam naquilo que acreditavam. E esse é o primeiro passo para qualquer tipo de mudança. O resto é pura forçação de barra."
Natália Klein

terça-feira, 29 de maio de 2012

"Quando se deseja realmente dizer alguma coisa, as palavras são inúteis. Remexo o cérebro e ela vêm, não rara, mas toneladas. Deixam sempre um gosto de poeira na boca"

Esse otário do Caio Fernando Abreu me entende. Otário compreende otário.
"Não fizeram planos. Talvez um voltasse, talvez o outro fosse. Talvez um viajasse, talvez outro fugisse. Talvez trocassem cartas, telefonemas noturnos, dominicais, cristais e contas por sedex (…) Talvez ficassem curados, ao mesmo tempo ou não. Talvez algum partisse, outro ficasse. Talvez um perdesse peso, o outro ficasse cego. Talvez não se vissem nunca mais, com olhos daqui pelo menos, talvez enlouquecessem de amor e mudassem um para a cidade do outro, ou viajassem juntos para Paris, por exemplo, Praga, Pittsburg ou Creta. Talvez um se matasse, o outro negativasse. Seqüestrados por um OVNI, mortos por bala perdida, quem sabe. Talvez tudo, talvez nada. Porque era cedo demais e nunca tarde."

Eu vou

Eu faria tudo pra chegar perto de você de novo. Sem explicação nenhuma e de novo com todo mundo me falando pra não mergulhar. Mas eu não consigo porque eu olho pra você e você me puxa, puxa, puxa. Faz minha cabeça rodar. A vida fez de um desencontro um encontro. Um tudo errado que virou certo. E você gostou de mim assim: clara, transparente, bêbada. E eu gostei de você pelo jeito que você falava, sem medir as palavras. Não é certo, eu não posso, eu não deveria. Eu vou sofrer demais se der certo e vou sofrer mais ainda se não der. Mas eu nunca liguei pra nada disso, então eu vou.

Vê se me espera e vem comigo. Quero te mostrar meu mundo.

Você não é um otário

Chega a ser engraçado pensar que eu não penso mais em você. Por um instante eu quase me desequilibrei por sua causa. Me joguei porque eu achava que você ia me segurar, mas quando eu olhei pra baixo vi o chão e eu usei todas as minhas lembranças para amortecer a queda. E ela doeu, mas foi bem de leve. Deixou um vazio e uma saudade que apareciam nos momentos de tédio. Sua forma de criticar tudo que é do senso comum; seus argumentos afiados; o cheiro de vida boa que vinha do seu pescoço e se misturava com seu gosto de cerveja e o jeito que você aceitava a minha intensidade eram suficientes para mim. Mas quando eu me dei conta, as coisas que a gente viveu foram ficando desfocadas e quase desapareceram. Agora você é só um vulto. E eu nem tenho mais palavras pra te dar porque elas não te pertencem mais. Tem um texto de 50 linhas, que eu nem sei se você percebeu que era pra você. Nele eu acordo com um gosto ruim na boca e você não está mais lá. Mas foi tudo um disfarce porque na realidade eu acordei olhando pro meu cabelo espalhado no seu travesseiro e com você me puxando pra mais perto. Eu lembro que você tinha medo de ser para mim, um otário, igual a todos os outros caras que vieram e foram. Você não é um otário. Você é melhor que isso. Mas infelizmente eu tive que te colocar no lugar onde todos os outros estão. No passado.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Existencialismo

"A cura trágica (dançar em meio à falta de sentido da vida) nos salvaria desse adoecimento do Eros de que fala Nietzsche, devolvendo-nos a atividade criativa diante da insuficiência do mundo, fazendo-nos perceber que somos os criadores de sentido da vida e que este morre quando morremos. A imagem é forte e bela, mas a maioria de nós toma mesmo é antidepressivo, por isso a ética trágica é sempre aristocrática: poucos têm coragem suficiente para enfrentar uma existência insuficiente de sentido."

Luiz Felipe Pondé no livro "Contra um mundo melhor", que revira meus pensamentos e tira meu folêgo a cada linha.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

"Cultivamos a ilusão de que o outro pode ser envolvido, seduzido, convencido pela nossa retórica. Acreditamos, fundalmentalmente, que o nosso desejo pode ser transmitido pela palavra. Por isso, telefonamos, mandamos mensagens, escrevemos longos emails, rabiscamos poemas, fazemos letras de música, marcamos conversas dolorosas e intermináveis que – a rigor – não levam a lugar nenhum.
Quando existe um sentimento comum, as palavras são apenas acessórias. Quando não há sentimento, elas agem como um bisturi: cortam, expõem e dilaceram, mas não criam".

Ivan Martins, colunista da revista ÉPOCA.

O espantalho de Tchekhov em mim

“Fugir da música, da cozinha, do dinheiro da minha mulher, de todas estas ninharias, de todas estas baixezas... E parar num campo, em qualquer parte, longe, muito longe!... E debaixo de um céu imenso ser como uma árvore, uma vara..., ser como um espantalho de pardais..., e ver, toda a noite, por cima de mim, a lua tranquila e clara... E esquecer, esquecer, esquecer...” da peça “Os Malefícios dos Tabaco” de Anton Tchekhov.

Hoje eu queria ser um espantalho. Igual a esse do Tchekhov. Queria que me perdessem por aí e que me deixassem olhando a imensidão de céu. Que de lá desse para ter uma ideia do tamanho do mundo. Queria ficar parada, esperando os passarinhos. Queria fugir dos meus próprios pensamentos. E sendo um espantalho eu não ia sentir quando eles partissem. Eu não ia sentir frio quando a noite chegasse. Meu coração não bateria mais forte. Eu não teria noção de distancia. Eu estaria sempre ali, esperando alguma coisa e não sentindo nada. Eu veria o sol nascendo e saberia por que minha roupa preta xadrez começaria a parecer vermelha azul e amarela. O escuro às vezes confunde. A gente pensa que é uma coisa e é outra. Mas se eu fosse um espantalho eu não ia me confundir. Eu ia só pensar que minha roupa é de uma cor de noite e de dia é outra.

A vida podia ser mais simples, mas a gente procura uma explicação pra tudo. Seria mais fácil se a gente pensasse em uma coisa e fosse. E eu cansei de inventar. Eu cansei de olhar para o futuro e ficar com os olhos ardendo de tão brilhante e invisível que ele é. E hoje eu queria saber o que não é sentir saudade. Queria ter a certeza de que todas as pessoas que já foram, iam voltar no outro dia, que nem o sol. E eu teria a companhia eterna de mim. Eu queria me esquecer de tudo. Queria por um dia me esquecer de tudo que já passou. Queria ficar olhando a lua e o céu azul sem entender o que é aquilo e sem entender de onde vem tanta beleza. Eu queria olhar pra tudo de novo e me perguntar por que eu nunca vi nada antes.

Eu cansei de começar de novo e falhar. Hoje eu queria acertar. A partir de hoje eu queria ver a vida assim, como se eu nunca tivesse visto o mundo. Por isso eu queria ser um espantalho por hoje. Mas é tanta vida pulsando aqui dentro que eu nunca conseguiria ficar parada em um mesmo lugar. Se eu fosse um espantalho eu ia criar vida. Eu ia rasgar a minha roupa e sair correndo, pedindo para que o mundo me acolhesse.
"Mas ainda há um medo de consumir arte, as pessoas pensam que tem que entender de arte pra depois comprar. Mal sabem elas que ninguém entende nada"
Virgílio Neto, artista plástico.
"Baby, I got a plan, run away fast as you can" Kanye West

quarta-feira, 23 de maio de 2012

"Dancers among us"


Mais dessas fotos sensacionais aqui:
http://www.dancersamongus.com/photos/Times-Square-NYC-Jeffrey-Smith

terça-feira, 22 de maio de 2012


"Cansada de tudo que começa, hoje eu queria alguma coisa que continuasse" T.B

domingo, 20 de maio de 2012

Hoje eu quero te contar

Senta aqui que hoje eu quero te contar sobre as coisas que eu ainda não vivi. Quero te falar da vontade e do medo que eu tenho de escalar montanhas e te contar da saudade que tenho dos momentos que eu ainda não passei. Quero te contar meus planos. Quero te contar minhas aventuras e te falar sobre a minha falta de visão sobre muitas coisas do mundo. Por outro lado eu quero te contar como eu sou aberta pra vida e como as pessoas me encantam. Quero te contar como minha cabeça é aberta para coisas novas. Quero te contar meus casos de amor e minha opinião sobre relacionamentos. Você nunca soube por que eu nunca te contei, mas eu acredito que todas as pessoas são livres, por mais apaixonadas que estejam. Pra mim, lealdade vai ser sempre mais importante do que fidelidade. Acredito que o verdadeiro amor seja o equilibro entre liberdade e admiração. Eu quero te contar das coisas que eu passei e como eu invento uma nova versão de todas as histórias. Quero ouvir você falando suas besteiras e quero fazer você rir quando eu imitar alguém com aquela minha voz típica. Quero ver você me ouvindo atentamente, como só você sabe fazer. Quero ver pelo seu olho você decodificando minha língua, que às vezes é difícil de entender. E quando você entender, seu olho vai brilhar por você pensar igual a mim. E eu acho que não existe nada melhor no mundo do que ver você se vendo em mim. Eu quero te ensinar as coisas que eu aprendi e saber suas opiniões sobre tudo. Porque desde o dia que você me mostrou seu mundo, eu não consegui mais dormir. De tanta vida que tinha. De tanto amor que eu senti.

E eu quero te contar tudo isso porque agora eu quero que você venha comigo. Eu não quero mais esperar. Agora eu quero andar com você. Quero colecionar visões de mundo, mas quero que você veja tudo junto comigo. Quero te contar meus planos porque você agora está neles. Quero te contar todas as coisas que eu me imaginei fazendo com você. Quero te contar do sonho que eu tive. E quero ouvir você falando que a gente vai fazer tudo isso. Que a gente vai dançar aquela música de novo e que a gente vai conversar na praia sobre como o mar parece ser o final do universo quando tá de noite, naquela escuridão eterna. Quero te contar da sorte que a gente teve de ter se encontrado. Porque a vida é isso. Ela está sempre nos oferecendo uma trinca de as, mas a gente quase nunca vê e raramente dá valor.

Quero te falar que às vezes a gente coloca algumas pessoas em um pedestal e se esquece de que aquele lugar na verdade é nosso. Não que a gente seja mais importante, mas dar a nossa vida para uma pessoa nunca foi uma boa opção. Quero te falar que as pessoas não são iguais e que os relacionamentos nunca serão os mesmos. Quero te falar você não precisa mais ter medo de amar, porque o que aconteceu já passou. E por mais idiota que ela tenha sido com você, ela foi muito importante durante um período. E a imagem dela ficou na sua cabeça por muito tempo, mas foi só porque você deixou. É só porque você quis que ela fosse alguém que agora ela não é mais. Depois que acaba a gente percebe que muita coisa que a gente achava incrivel no outro, na verdade eram coisas que nós mesmos temos. Eu queria abrir seus olhos e mostrar as infinitas possibilidades que a vida oferece e as bilhares de pessoas interessantes e apaixonantes que existem. Queria te falar que ninguém, no fundo, está pronto pra amar, mas que a gente vai aprendendo a medida que abrimos o nosso coração. Esse é o tipo de coisa que a gente aprende junto.

Quero te contar tudo isso pra você entender quem eu sou e pra te mostrar o que mudou em mim. Quero te mostrar o quanto eu amadureci e o quanto a vida tem sido boa. Quero te falar de todo esse tempo que passou, de todas as pessoas que passaram e que você ficou. Você foi o único que ficou até hoje. O único que não sai da minha cabeça independente dos outros caras que apareceram e de todas as reviravoltas que a vida já deu. Você foi ficando e agora eu não me imagino mais sem você. É como se fizesse parte de mim. Pensar em você faz parte da minha rotina, por mais que eu nunca mais tenha te visto. Quero te contar o quão difícil foi admitir pra mim que eu sou apaixonada por você, por mais que eu lutasse contra essa ideia todos os dias. Eu sou apaixonada por você e por todos os espaços que você deixou para que isso acontecesse. Sou apaixonada pela sua ausência e pelas suas frases soltas. Por isso eu quero te contar sobre tudo, mesmo que demore uma vida inteira.

sábado, 19 de maio de 2012

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Queria

Eu queria ir entrando aos poucos nos seus espaços, nos seus intervalos
Queria ir aos poucos me instalando na sua cabeça
Queria descobrir seus sonhos
Queria desmanchar seus medos
Queria te segurar pra não soltar
Queria me agarrar no seu cabelo
Queria ficar presa nas suas pernas
Queria tirar sua roupa
Queria me vestir com sua pele
Queria por um minuto me confundir com você
Queria enlouquecer nos seus braços
Queria gritar no seu ouvido
Queria o seu rascunho
Queria você sem retoques
Queria você.

terça-feira, 15 de maio de 2012

O país da mulher pelada



O Brasil é conhecido como um dos países mais liberais do mundo, onde as mulheres andam sempre muito à vontade com suas pernas e peitos de fora. Seria excelente se fossemos um povo tão bem resolvido assim. Mas não. A verdade é que passamos essa imagem, mas nenhuma mulher sai à rua mostrando o corpo sem ser julgada.

Sinceramente, eu gostaria de entender qual é o problema em mostrar o corpo humano. Não era mais para existir essa ideia de que gente pelada é coisa feia. Principalmente no Brasil, em que no carnaval temos uma mulher linda sambando na TV e usando só tinta para se cobrir. Não acho que isso seja uma forma de vulgarizar a mulher, mas sim de mostrar como tratamos a nudez de forma natural. O justo é tratar gente pelada como uma coisa normal e não como algo ofensivo. Seria muito bonito se fosse verdade e se pudéssemos sair cobertas apenas de tinta em épocas fora do carnaval, mas se usamos uma saia um pouco mais curta, todos os olhares preconceituosos caem sobre nós. Essa é a questão de usarem mulheres peladas na mídia. É lindo na TV, mas na rua é vulgar. Não queremos que a Globeleza pare de dançar pelada, nós só queremos dançar peladas como ela sem sermos taxadas de vadias.

As mulheres têm a liberdade de se vestir como quiserem, mas não existe nada mais recriminatório quanto uma palavra ofensiva. A nudez nem sempre precisa representar algo sexual. Muitas vezes ela é uma forma de se expressar, como a arte. Outras vezes ela não quer dizer nada. As coisas nem sempre precisam ter uma explicação. Não acredito que no “país liberal”, em 2012, ainda temos esse tipo de discussão sobre a nudez ou mulheres que se vestem com “certos tipos de roupas”.

Em outros países já vi várias vezes pessoas andando de biquíni, fazendo top less, peladas e aproveitando o sol sem serem julgadas. Porque as pessoas deveriam andar como elas querem e o corpo é uma parte de nós. Fazer o que? O que é bonito é pra ser visto. Mas infelizmente aqui, no país tropical, onde temos as pessoas das cores mais variadas e bonitas do mundo, vivemos uma cultura em que as pessoas dizem que no inverno “ficamos mais elegantes”. Pra mim, a nossa elegância está na nossa pele. E não existe nada mais bonito do que assumir o corpo que tem e exibi-lo por aí sem ter vergonha dos olhares antiquados, carregados de preconceito.

Sinceramente, espero que a gente cresça mentalmente e não continue discutindo sobre assuntos que deveriam ter sido resolvidos no século passado, ou no mínimo na época da revolução sexual. Espero ainda viver em um país que seja menos machista e repreendedor.

segunda-feira, 14 de maio de 2012


É só olhar pra uma foto sua que todos os meus problemas se dissolvem.

domingo, 13 de maio de 2012

A eletrecidade do palco

Toda vez que eu piso no palco eu sinto meu corpo inteiro se energizar. É como se fosse uma corrente elétrica passando dentro das minhas veias. A sensação é de que eu sou uma lâmpada se acendendo e irradiando luz para todos os lados. E horas depois que acaba o espetáculo eu continuo brilhando. Continuo queimando por dentro, sem sentir dor. Me sentindo viva.

Joker

Um pedacinho do roteiro de Batman - The Dark knight. Tentei selecionar uma frase que fosse a melhor, mas todo esse discurso do Coringa é de calar a boca. Na verdade tudo que ele fala no filme você não sabe se ri de nervoso, se aplaude ou se só abaixa a cabeça. Ele é, sem dúvida, um dos melhores vilões do cinema. E como diz o coringa "It’s not about money, it’s about sending a message.” E ele com certeza conseguiu passar a mensagem que queria. Parabéns Heath Ledger e parabéns roteiristas.


Joker : Hi. You know...I don't want there to be any hard feelings between us, Harvey. When you and...

Dent : Rachel!

Joker : Rachel were being abducted...I was sitting in Gordon's cage. I didn't rig those charges.

Dent : Your men, your plan.

Joker : Do I really look like a guy with a plan? You know what I am? I'm a dog chasing cars. I wouldn't know what to do with one if I caught it. You know? I just do things. The Mob has plans. The cops have plans. Gordon's got plans. You know, they're schemers. Schemers trying to control their little worlds. I'm not a schemer. I try to show the schemers...how pathetic their attempts to control things really are. So when I say... Ah. Come here. When I say that you and your girlfriend was nothing personal...you'll know that I'm telling the truth.

Gordon : I'm gonna need your weapon.

Berg : What? Why? Because my wife’s in the hospital?

Gordon : Yeah, that'd be why.

Joker : It's the schemers that put you where you are. You were a schemer, you had plans...and look where that got you.

Announcer : Police are taking every precaution...urging people not to take matters into their hands.

Joker : I just did what I do best. I took your little plan and I turned it on itself. Look what I did to this city with a few drums of gas and a couple of bullets. Hm? You know what I noticed? Nobody panics when things go "according to plan." Even if the plan is horrifying. If tomorrow I tell the press that, like, a gang banger will get shot...or a truckload of soldiers will be blowing up...nobody panics. Because it's all part of the plan. But when I say that one little old mayor will die...well, then, everyone loses their minds. Introduce a little anarchy...upset the established order...and everything becomes chaos. I'm an agent of chaos. Oh, and you know the thing about chaos? It's fair.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Eu não to falando de amor, to falando de pele.
A vida é a coisa mais legal que eu já vi.

segunda-feira, 7 de maio de 2012


Hoje eu quis gritar bem alto pra ver se você ouvia. Queria gritar o suficiente pra derrubar esse muro e pra minha voz percorrer todos esses quilometros que nos separam. Hoje eu quis gritar por você.



quinta-feira, 3 de maio de 2012

Você não merece um texto

Você não merece um texto, mas eu não consigo ficar sem te escrever. Você fica rondando na minha cabeça em forma de frases e eu quase acho que estou louca, ouvindo vozes. Mas você sempre veio até mim em forma de palavras e de sons, e por mais que eu tampe os ouvidos com meu travesseiro, eu continuo te ouvindo, quase te vendo.

Você aparece, eu finjo que desapareci. Mas continuo lá, te dando todos os indícios de que ainda estou aqui. E eu fico querendo colocar minha cabeça dentro de um buraco, pra nunca mais te ver. Isso tudo porque você não merece um texto. Isso tudo porque você não merece nada. Você não merece nada além de mim. Eu fico me convencendo de que você me merece sem intervalos. Você merece todo esse sentimento que borbulhava aqui dentro. Você merece porque foi você que me fez sentir isso.

Você merece toda a minha intensidade, mas é só porque você é raso. Você merece tudo que arde porque você tem medo de tudo que queima. Você merece tudo que for mais do que você, mas é só porque você não aguenta. Eu realmente espero que uma tempestade caia sobre a sua cabeça e que você se desespere. Profundamente. Só porque você nunca gostou de nada que é profundo. Espero que você aprenda que a vida é como um mergulho. As pessoas entram na água e vão lá no fundo, mas quando o ar acaba elas voltam. E quem nunca mergulhou se afoga na hora de voltar porque se desespera com a falta de ar. Então eu espero que o mundo te mergulhe bem fundo e que você aprenda a voltar pra superfície.

E você não merece um texto porque você entrou na minha vida e foi como se tivessem aberto a janela de um quarto escuro. Eu acordei assustada porque você entrou junto com a luz que me cegou. E eu fiquei dias atordoada sem saber o que estava acontecendo, porque quando eu piscava os olhos eu via você de várias cores na parede branca. Você não merece um texto porque você não participou da minha vida. Você estava lá, mas não estava. Você me fez sofrer por motivos que eu nem sei dizer, porque não deu tempo de você me magoar. Você apareceu umas 3 vezes e isso foi o suficiente pra me deixar maluca, contando os segundos pra te ver de novo. E aquela dia tomando cerveja no capô do seu carro eu não te falei, mas eu fiquei rezando pra que o tempo parasse. Fiquei pedindo para que o dia não amanhecesse porque eu sabia que você ia embora e não ia voltar mais, por mais que você tenha me falado todas aquelas coisas. Eu já sabia do seu medo, das suas angustias e sabia que por mais que você quisesse ficar, você ia embora. Por isso assim que eu vi o céu clareando eu tive vontade de chorar. Porque eu sabia que aquela mesma luz que entrou, estava indo embora. E estava amanhecendo, mas eu vi o sol ir embora. E eu não queria dormir, nem acordar. Só queria ver você terminando de beber aquela cerveja quente. Eu quis te abraçar forte pra ver se você entendia que eu não ia te deixar, como as outras. Eu quis tirar toda angustia que você disfarça sempre fugindo. Mas eu não consegui. Eu não consegui porque a certeza de que você ia embora era muito maior. E por mais que eu quisesse segurar a sua mão e não soltar nunca mais, eu só fui embora, de costas e com os olhos cheios de lágrimas, com medo que você me visse frágil. E você nunca mais voltou, nem eu. E ficamos assim, separados.


terça-feira, 1 de maio de 2012

"Mas eu amo tanto o que faço, que esse amor faz ser possível." Mc Marechal