segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Meu último texto pra você.

Eu nem sei o que você fez comigo pra levar meu coração desse jeito. Agora eu vejo você indo embora de verdade, lá no fundo da minha mente, por mais que doa muito te arrancar. Você já faz parte de mim. Faz parte da minha história e é o principal motivo por eu não conseguir me apaixonar por mais ninguém, por mais que eu sempre fale que estou apaixonada. O outro que eu me apaixonei, virou o meu grande amigo e nenhum outro pensamento passa pela minha cabeça sem ser o de como eu vou fazer pra ele ficar bem em relação à garota que ele gosta. O outro, o outro eu tive umas noites de amor. A gente bebeu vinho na sacada da janela e ele tirou minha roupa em silêncio. O melhor silencio, onde você só escuta a respiração do outro aumentar. Eu acordei querendo acordar ao lado dele mais umas vinte vezes. O outro foi o cara mais bonito que eu já conheci na vida. Eu queria fazer de tudo pra ele não parar de sorrir nunca mais e ficar olhando pra ele por uma eternidade, ouvindo ele falar sobre o que ele quisesse falar, porque ele só fala coisa inteligente. E todos esses nem se comparam ao que você fez comigo. Você é a pessoa que eu não esquecia por mais que todo mundo passasse. Nem tem explicação e todos os outros são melhores do que você, mas quando eu volto pra casa é em você que eu penso. Você acabou com a história que eu inventei de um jeito que eu nunca consegui fazer antes. Eu sempre tentei, mas falhava toda vez porque no fundo eu queria acreditar que você nadaria de volta pra mim. Eu fiquei esperando na praia, por meses, e agora eu sei que você não vem mais. Você colocou o ponto final na história em que eu só colocava reticências. E na verdade talvez eu esteja aliviada, porque eu não queria ficar esperando algo que nunca chegaria. Espero que essas palavras façam jus ao fim de amor que eu sinto agora, porque essas são minhas últimas palavras para você. Vou dar lugar para outra pessoa ocupar meus dias. Quem sabe eu mesma...

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Hoje quando eu acordei eu quis gritar da minha janela. Pra ver se o dia amanhecia em mim.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

A palavra e o balão.

Ela queria escrever, que era tudo que ela fazia quando queria se esquecer de tudo e lembrar ao mesmo tempo. Mas ela não conseguia mais. As palavras fugiam da sua cabeça, escapuliam pelas mãos, como as palavras faladas. A vantagem das palavras escritas é que elas ficam presas em algum lugar, dificilmente se perdem. As faladas voam, que nem aqueles balões de gás hélio que ela tanto gostava quando era criança. E ao vê-lo partir, sentia uma dor, um aperto do coração, porque ela nunca tinha se despedido de nada. Quando via aquele balão subindo lá no alto do céu, se misturando com os tons de azul invisíveis aos olhos comuns, sentiu que aquela era a cena mais triste da sua vida. Por mais que ela pudesse buscar outro balão daqueles outro dia, não seria o mesmo. Ela se sentia inútil porque quanto mais pulava tentando agarra-lo, mais rápido ele voava, e depois que ele escapulia não restava mais nada senão olhar aquele pontinho sumir na imensidão. E ela não se lembra de nenhuma vez que não tenha visto um balão se perder até o final. Ela gostava de imaginar onde ele iria parar. Se alguma hora ele iria descer para perto de outra pessoa ou se ele era sugado pelo céu, para algum lugar mágico. E agora ela brincava com as palavras desse jeito, imaginando onde elas poderiam chegar, alcançando montanhas, mentes, criando ideias. Ela sabia desse poder das palavras, mas preferia ter o controle das palavras no papel, que por mais longe pudessem viajar, não se perdiam totalmente. E as palavras escritas lhe faltavam agora, apavoradamente. Faltava a costura que fazia com que as palavras se transformassem em arte. E ficaram assim, ela e as palavras, olhando pro nada, para o vazio de dentro, buscando algo, mas sem encontrar nada. O vazio que encontramos quando conseguimos algo que desejamos muito. As palavras somem, o equilíbrio vira ao contrário e agora é preciso prender as palavras como nunca se fez antes, com a força de um urso. Pela primeira vez será preciso manter as palavras dentro de si.
"Porque todo grande livro é mais inteligente que seu autor. Toda grande obra contém em si o seu próprio contradiscurso. Toda grande narrativa sempre se constrói em torno de uma fratura estrutural que ameaça lhe demolir."

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

terça-feira, 14 de agosto de 2012

"Tudo que eu posso te dar é solidão com vista pro mar "

Não me procure mais. Não por mim, mas por você. Eu não me incomodo com a sua presença, ao contrário, ela me faz bem. Mas eu não valho a pena porque o que voce quer eu não posso te oferecer agora. Eu não valho o som da sua risada alta quando voce ri de alguma coisa que eu falo, jogando a cabeça pra trás. Eu não valho o seu olhar penetrante, nem a sua compreensão e nem a sua falta de sentido. Não valho seu choro abafado e nem suas dúvidas durante noites em claro. Eu não sei dançar no seu ritmo.