Fotografia sempre foi uma das artes que admirei. Talvez porque eu seja meio nostálgica. A foto captura um momento e parece que o sentimento todo que pairava ali, fica preso em um rolo de filme.
A fotografia analógica captura a essência do momento em que a foto
foi feita e por isso que me encantei tanto com a lomografia. Eu já tinha
brincado com a ActionSampler, mas não tinha ousado experimentar muito. Gostava
mais da ideia de ter uma foto tipo histórias em quadrinhos porque o efeito é
simplesmente sensacional, mas depois me falaram que pra começar seria melhor
usar a La Sardina.
Eu já conhecia o efeito e achava
que as fotos ficariam nada demais, mas me surpreendi completamente. Esperava o
momento exato, para tirar aquela foto especial, afinal eu só teria 36 fotos
para gastar. Depois percebi que além de esperar um momento interessante para
fotografar, o importante era não pensar na hora de apertar o clique e se jogar! O mais
legal é conseguir captar a espontaneidade do momento e se divertir com os
resultados depois.
Quando aprendi a fazer dupla exposição, não parei mais. Queria
fazer o filme inteiro juntando uma foto na outra, mas aos poucos fui aprendendo
a valorizar a foto normal e descobri que eu simplesmente amo o efeito
nostálgico da La Sardina! Por ser uma câmera grande angular e não deixar as
cores tão nítidas tive grandes surpresas ao digitalizar minhas fotos.
Depois de toda essa tecnologia
que foi invadindo as nossas vidas (amém!), mexer com uma câmera que nos faça
pensar duas vezes antes de tirar uma foto é um processo importante. É
necessário aceitar que nossas escolhas têm consequências e principalmente um
tempo para serem absorvidas. O processo de tomar cuidado ao fotografar e ficar
ansiosamente esperando as fotos serem reveladas é algo que não é nada comum
hoje em dia e infelizmente todos nós temos perdido essa essência da espera das coisas.
Queremos tudo com facilidade, rapidez, mas nos esquecemos de que a vida pede
mais do que agilidade. A vida, na maioria das vezes, pede calma e paciência pra
entender seus próprios ciclos. Quando nos deparamos com situações em que
precisamos ser cautelosos, nos perdermos. Não estamos acostumados com aquilo
que nos exige pensar e sentir ao mesmo tempo.
A fotografia
analógica me ensinou que na vida a gente só tem um momento pra aproveitar
aquele instante e pra conseguir a foto perfeita. Não adianta nada desperdiçar o
filme. Tenho aplicado isso nos meus dias e tenho tomado muito cuidado ao fazer
minhas escolhas, mas depois de fazê-las, apenas aperto o click e recebo as
consequências da melhor forma possível.
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