segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Eu e deus

Eu não sou uma pessoa religiosa. Na verdade nenhuma teoria religiosa até hoje me convenceu. Não gosto quando falam de Deus. As pessoas falam de Deus como se ele tivesse o mesmo significado para todo mundo. Porque Deus fez isso, porque Deus vai fazer aquilo. É engraçado como todo mundo quer ser feliz, mas ninguém procura realmente a felicidade. Estamos sempre esperando alguma coisa de Deus. Acho legal ter fé, acreditar em você e tudo mais. Se a gente não acreditar que pode dar certo não adianta nem tentar. Mas eu gosto de pensar também que se a gente faz alguma coisa de coração, acreditando nela, não tem muito o que dar errado. Pode não acontecer o que você esperava, mas falar que deu errado é desperdício de vida. Eu não sei se sou atéia, porque eu acredito em alguma coisa. Como diz o Luiz Felipe Pondé, na verdade eu deixei de acreditar em Deuses bobos. Acredito que seja importante rezar, não importa pra quem. Pode ser para você mesmo. Eu acredito em energia, pelo simples fato de que eu sinto. O sol é energia, por exemplo. E eu acredito que quando a gente acredita e corre atrás do que queremos a nossa energia muda e fica mais fácil de conseguir. Pra mim rezar é gerar energia para si próprio. E pode não acontecer o que a gente queria de fato, mas acho o universo tem alguma espécie de equilíbrio e a vida vai sendo costurada aos poucos, mas nós é que damos os primeiros passos. É fácil observar como isso acontece naturalmente. Uma planta só cresce se for plantada, receber água e luz. Acho que uma das lições mais importantes da nossa vida acontece quando plantamos o nosso primeiro pé de feijão. Para aprendermos que as coisas têm um tempo para amadurecerem. Para entendermos o nosso próprio tempo. E que na verdade o universo vai fazer seu pé de feijão crescer, mas só se você cuidar dele muito bem. Os nossos sonhos são como uma semente de feijão que precisa ser plantada. E se deixamos nossos sonhos de lado é porque esqueceram de nos contar que precisamos cultivá-los.

Descobri esses dias que Deus é o tempo. Ele está inevitavelmente entre nós, mas nunca foi entendido ou definido porque ele está sempre mudando. Ele passa tão rápido que é impossível definir o que é o tempo. É inconstante assim como nós, assim como tudo. Porque tudo muda porque o tempo passa. E como disse Guimarães Rosa "O mais importante e bonito do mundo é isto, que as pessoas não são sempre iguais, ainda não foram terminadas, mas que elas vão sempre mudando, afinam ou desafinam, verdade maior”. Por isso eu acho besteira a gente tentar se definir, porque ainda não fomos terminados e o mundo ainda não foi terminado. Nietzsche já falava sobre essa ideia do eterno ciclo das coisas e eu acho que essa é a maior verdade. Por isso somos infinitos. E a vida está aqui para nos mostrar como é idiota estabelecer qualquer coisas ou ter certezas absolutas. Nós não sabemos nem de onde viemos e nem para onde vamos simplesmente porque não existe uma definição. E somos bobos e passamos a vida inteira pensando sobre isso sendo que a resposta é óbvia: não existe resposta. O universo inteiro, com todas as galáxias e planetas não foram terminados. A vida está na nossa frente nos mostrando como é inútil definir qualquer coisa. Fico pensando em como o presente é o momento mais importante sempre, mas a gente não consegue dar o valor certo por causa das milhões de possibilidades que aparecem a todo momento. Por isso nem adianta falar para aproveitar o momento, porque a gente aproveita o momento quando dá e de forma natural. Enfim, no final a única coisa que eu sei é que quando eu olho para trás eu penso que a vida vale mesmo a pena e isso basta para mim.

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