O best-seller “Cinquenta tons de cinza”, escrito por E L James, arrancou suspiros de algumas mulheres por causa do charmoso e inexistente, Mr.Gray e causou repúdio em outras pessoas que afirmaram que o livro não passa de uma besteira sem fim. Tudo bem, de fato o livro não passa de uma bobagem, mas a questão é que ele abriu os olhos de várias mulheres e agora elas estão se permitindo mais, sexualmente falando.
Tenho uma lista de coisas ruins para falar sobre o livro. Ele é bobo, reafirma que os homens é que devem conquistar as mulheres e francamente, esse tal Gray é um otário. Primeiro que ele não existe: um homem novo, que já tem seu negócio bilionário, (ele não é rico não, é bilionário) lindo, misterioso, inteligente, incrível e blábláblá. Sinceramente, se esse homem aparecesse na vida de qualquer uma de nós, ninguém ia dar bola. Até mesmo a maior das interesseiras ia achar esse cara um chato. Mistério demais atrapalha, afinal, a melhor parte dos homens é que eles são mais simples que nós. Tirando também o fato de que um homem assim seria um político corrupto, da máfia ou sustentado pelos pais. Pode até ser que um homem jovem com essa riqueza exista, mas seria mais interessante se a autora tivesse escrito uma história mais real, mais perto de nós.
Achei que não se passava de uma leitura meio breguinha, mas várias mulheres amaram e falaram que é apenas um livro de ficção, pra passar o tempo. E eu fiquei pensando em qual é o problema de serem lançados livros bobos assim. Vários livros são histórias criadas, irreais e que deixam a gente sem querer dormir para devorá-los inteiros. Talvez esse tipo de livro não se encaixe na literatura ou na arte, mas quem disse que não pode haver entretenimento na escrita também? Já está mais do que óbvio que arte mudou drasticamente desde a revolução industrial, pois nasceu a indústria cultural e fez com que a arte também se transformasse em mercadoria. De acordo com a teoria frankfurtiana, essa foi a pior coisa que podia ter acontecido, mas agora já estamos inseridos nesse meio de consumo de massa acho que podemos olhar a arte de outra forma. Precisamos indiscutivelmente saber separar o que é arte e o que é entretenimento, por mais que a arte também seja um produto. O artista não vive só inspiração e amor, ele também precisa ganhar dinheiro. A diferença é que um artista vê o dinheiro como consequência do que faz. Ele estudou, tem um discurso por trás da obra, ralou e finalmente expôs o que criou. Dinheiro mais do que merecido para esse cara. Mas começo a ter preguiça desse discurso de que entretenimento não serve para nada. Serve para divertir, para você esquecer um pouco a realidade, serve exatamente para não pensar, ao contrário da arte. É preciso entrar em um equilíbrio entre arte e entretenimento. O inútil às vezes é bom.
E para provar isso venho falar como o livro idiota “cinquenta tons de cinza” aumentou em 20% a venda de produtos eróticos para mulheres. Fez com que várias mulheres se sentissem mais à vontade com o sexo e até para falar abertamente sobre isso. A maioria das mulheres amou o livro e ficou morrendo de vontade de praticar tudo que leram. A obra expandiu a mentalidade feminina, algo que já era para ter acontecido na tal revolução sexual, mas esta não passa de marketing de comportamento. Não se discute sexo de forma justa, apesar de falarem que existem mais debates, que a mulher é mais livre e que as pessoas agora transam mais por causa da camisinha. Tudo mentira, senão esse livro não teria sido classificado como leitura erótica e as mulheres estariam gozando loucamente.
Espero que esse livro tenha sido um grande passo para abrir a cabeça das pessoas, pelo menos de alguma forma, e que elas comprem mais produtos eróticos, façam mais sexo selvagem, falem menos mal do entretenimento e estudem mais arte. Enfim, que a gente se permita mais, em todos os sentidos.
Um comentário :
Cinquenta tons de cinza é na minha opinião um arco íris de sentimentos contidos...uma amargura por não saber o que fazer com os sentimentos...
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