quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Quando eu amei demais

Eu não sei mais escrever sobre você. Talvez porque você tenha se desgastado junto com todas as minhas palavras. Nunca escrevi tanto sobre alguém, porque só me restava escrever. Já escrevi que sim e que não, já inventei todas as possibilidades, imaginei todos os ‘e se..’ possíveis, já morri de amor, já perdi as esperanças. Meu coração ficou em milhares de pedacinhos e eu cheguei a pensei que eu não sei amar. Não sei amar aos poucos, nem devagarzinho. O amor é tipo uma avalanche que e vai destruindo tudo pelo caminho, apesar de já saber colocar tudo no lugar. O amor é essa onda gigante que faz a gente mergulhar fundo e perder o ar. E a verdade é que minhas ideias se esgotaram. Quando você chegou eu pensei que eu poderia ficar te inventando pra sempre, mas agora não sei escrever nada além de tudo aquilo que eu já falei porque eu já criei todas as histórias possíveis.

Eu sempre piro, enlouqueço, mas falam para eu esconder todos esses excessos. Tem que ser difícil, eles dizem, mas eu já acho a vida difícil demais para a gente ficar criando mais dificuldades. Dizem que eu tenho que fazer mistério, enganar, mas eu quero que você esteja comigo porque quer e não pelo desafio. E tudo que faço eu faço pela beleza das coisas. Porque eu acho que podemos colorir todas as partes em preto e branco, porque eu acho que devemos colocar a arte naquilo que não entendemos. Eu não entendo nada do amor, ninguém entende. E eu te digo tudo que eu sinto, me viro do avesso para te mostrar o que está aqui dentro, mas é só porque é tudo muito bonito o que eu sinto e ninguém entende nada. Eu nunca fui o tipo de pessoa que invade espaços ou que se pendura. Eu só me sinto livre para mostrar aquilo que eu quero. E você me falou que eu sou todo esse turbilhão de luzes brilhantes que te fascinam e eu te perguntei então por que você não vem comigo. Então você me disse que na verdade morre de medo, porque no fundo só quer uma garota normal. Mas eu não sei ser normal. Meu excesso de liberdade te assusta tanto quanto me assusta, porque eu não consigo definir o que eu realmente espero do amor. Eu quero todas as possibilidades e isso não basta. E agora você foi embora antes mesmo de chegar, mas foi só porque eu amei demais.
" Toda arte é absolutamente inútil. Priorize a utilidade e você a perderá" Oscar Wilde

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

A gaivota

"Na peça "A Gaivota", uma infeliz gaivota abatida torna-se metáfora de todo o drama: assim como é abatida uma gaivota (pelo diletante desejo humano da caça), somos todos abatidos ao longo da vida, por diletantismo do destino."

Tchkhov, você já sabia o que seria do mundo há mais de 100 anos. Ou melhor, o que o mundo sempre foi.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

"Blue jeans, white shirt. Walked into the room you know you made my eyes burn."

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Ride


"I was in the winter of my life- and the men I met along the road were my only summer. At night I fell sleep with vision of myself dancing and laughing and crying with them. Three year down the line of being on an endless world tour and memories of them were the only things that sustained me, and my only real happy times. I was a singer, not very popular one, who once has dreams of becoming a beautiful poet- but upon an unfortunate series of events saw those dreams dashed and divided like million stars in the night sky that I wished on over and over again- sparkling and broken. But I really didn’t mind because I knew that it takes getting everything you ever wanted and then losing it to know what true freedom is.

When the people I used to know found out what I had been doing, how I had been living- they asked me why. But there’s no use in talking to people who have a home, they have no idea what its like to seek safety in other people, for home to be wherever you lied you head.

I was always an unusual girl, my mother told me that I had a chameleon soul. No moral compass pointing me due north, no fixed personality. Just an inner indecisiviness that was as wide as wavering as the ocean. And if I said that I didn’t plan for it to turn out this way I’d be lying- because I was born to be the other woman. I belonged to no one- who belonged to everyone, who had nothing- who wanted everything with a fire for every experience and an obssesion for freedom that terrified me to the point that I couldn’t even talk about- and pushed me to a nomadic point of madness that both dazzlez and dizzied me.

Every night I used to pray that I’d find my people- and finally I did- on the open road. We have nothing to lose, nothing to gain, nothing we desired anymore- except to make our lives into a work of art.

LIVE FAST. DIE YOUNG. BE WILD. AND HAVE FUN.

I believe in the country America used to be. I belive in the person I want to become, I believe in the freedom of the open road. And my motto is the same as ever- *I believe in the kindness of strangers. And when I’m at war with myself- I Ride. I Just Ride.*

Who are you? Are you in touch with all your darkest fantasies?
Have you created a life for yourself where you’re free to experience them?
I Have.
I Am Fucking Crazy. But I Am Free” Lana del rey

domingo, 4 de novembro de 2012

"Só queria um abraço apertado de um domingo calado com som de amor."

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

O que é palavra para os Guaranis Caiovás.

"O que é a palavra para os índios Guaranis Caiovás? Em um texto muito bonito, intitulado Ñe'ẽ – a palavra alma, a antropóloga Graciela Chamorro, da Universidade Federal da Grande Dourados, nos dá algumas pistas."

Roubei da reportagem da Eliane Brum.
(http://revistaepoca.globo.com/Sociedade/eliane-brum/noticia/2012/10/decretem-nossa-extincao-e-nos-enterrem-aqui.html)

“A palavra é a unidade mais densa que explica como se trama a vida para os povos chamados guarani e como eles imaginam o transcendente. As experiências da vida são experiências de palavra. Deus é palavra. (...) O nascimento, como o momento em que a palavra se senta ou provê para si um lugar no corpo da criança. A palavra circula pelo esqueleto humano. Ela é justamente o que nos mantém em pé, que nos humaniza. (...) Na cerimônia de nominação, o xamã revelará o nome da criança, marcando com isso a recepção oficial da nova palavra na comunidade. (...) As crises da vida – doenças, tristezas, inimizades etc. – são explicadas como um afastamento da pessoa de sua palavra divinizadora. Por isso, os rezadores e as rezadoras se esforçam para ‘trazer de volta’, ‘voltar a sentar’ a palavra na pessoa, devolvendo-lhe a saúde.(...) Quando a palavra não tem mais lugar ou assento, a pessoa morre e torna-se um devir, um não-ser, uma palavra-que-não-é-mais. (...) Ñe'ẽ e ayvu podem ser traduzidos tanto como ‘palavra’ como por ‘alma’, com o mesmo significado de ‘minha palavra sou eu’ ou ‘minha alma sou eu’. (...) Assim, alma e palavra podem adjetivar-se mutuamente, podendo-se falar em palavra-alma ou alma-palavra, sendo a alma não uma parte, mas a vida como um todo.”

A fala, diz o antropólogo Spensy Pimentel, pesquisador do Centro de Estudos Ameríndios da Universidade de São Paulo, é a parte mais sublime do ser humano para os Guaranis Caiovás. “A palavra é o cerne da resistência. Tem uma ação no mundo – é uma palavra que age. Faz as coisas acontecerem, faz o futuro. O limite entre o discurso e a profecia é tênue.”